Eleições 2026

Zé Esmeraldo de malas prontas para deixar o PDT

Deputado já pediu desfiliação e aguarda liberação. Partido definiu que não terá mandatários nas chapas para deputado estadual e federal

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Zé Esmeraldo (foto: Lucas Costa)
Zé Esmeraldo (foto: Lucas Costa)

O deputado estadual Zé Esmeraldo está de malas prontas para deixar seu partido, o PDT. Ele já fez o pedido oficial de desfiliação aos dirigentes da sigla e aguarda liberação.

Esmeraldo, que está em seu sétimo mandato como deputado e é pré-candidato à reeleição, está filiado ao PDT desde março de 2022, quando assinou a ficha do partido juntamente com o filho, o ex-vice-prefeito de Vitória Sérgio Sá.

Ele estava sem partido após se desfiliar do União Brasil que, à época, cogitava lançar candidatura ao governo em oposição ao governador Renato Casagrande (PSB), que era candidato à reeleição. Por ser da base aliada, Esmeraldo e outras lideranças deixaram o partido.

Em 2022, Esmeraldo disputou a reeleição à Ales e foi eleito e o filho, que tinha deixado o PSB combinado com o governo do Estado para ajudar na chapa federal do PDT, disputou a Câmara dos Deputados. O PDT, porém, não alcançou votos suficientes para conquistar nenhuma cadeira em Brasília.

Esmeraldo ainda não definiu onde irá se abrigar. A avaliação que ele faz é que se continuar no PDT não terá chance de se reeleger. “Eu pedi para sair do PDT porque não tem ninguém. Só tem eu. E sem chapa fica difícil”, disse o deputado.

Na disputa de 2022, Adilson Espíndula somava na chapa do PDT com Esmeraldo. Porém, no ano passado, Adilson pediu também a desfiliação do partido, por divergências ideológicas, e foi para o PSD. “Para o Adilson eles deram a liberação, para mim ainda não deram”, disse Esmeraldo, que enviou o pedido no ano passado.

O pedido de desfiliação com a anuência do partido é necessário para que o parlamentar não seja acusado de infidelidade partidária – com a possibilidade de perder o mandato – caso se desfilie ou troque de legenda. Isso porque o mandato pertence ao partido e não ao parlamentar.

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PDT barra deputados nas chapas

Embora, na avaliação de Esmeraldo, a liberação esteja demorando, o presidente estadual do PDT, Alessandro Comper, garante que ela será concedida. Até porque está alinhada a uma deliberação do partido sobre a formação de chapas para as eleições do ano que vem.

“O partido deliberou que não terá deputados nem na chapa de estadual nem na de federal. Não teremos mandatários do cargo a ser disputado. Pode até vir um ex-deputado, um vereador, mas do cargo em disputa, não. A gente se apresentando nesse formato, o partido fica até mais atrativo. O PDT tem sido procurado por várias lideranças, pelo fato de não ter ninguém expoente”, disse Comper.

Uma das maiores dificuldades dos dirigentes partidários é conseguir montar chapa com mandatários. Isso porque os demais integrantes, sem mandato, alegam que não disputam com as mesmas condições, que trabalham na campanha para servir de “escada” para a reeleição de quem já é parlamentar.

E sem uma chapa equilibrada e competitiva é praticamente impossível eleger um candidato, mesmo com um ou dois puxadores de votos.

Com relação à desfiliação de Esmeraldo, Comper disse que tem ciência e que aguarda um posicionamento da Executiva Nacional do PDT.

“O deputado fez a formalização do pedido, nós submetemos à Nacional e a Nacional não deu resposta até o momento. Mas, vamos efetivar sim, vamos buscar a liberação dele. Até porque é um pedido do deputado e está dentro daquilo que já decidimos de não ter deputado nas chapas”, afirmou o presidente.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.