Um bebê de um ano e dois meses sobreviveu a 22 paradas cardíacas e chegou a ser dado como morto, em um hospital particular de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Enrico Lamoglia Doriquetto, que enfrentou complicações graves, mostrou força impressionante, apesar da tenra idade.
Foi uma hora de tensão, sem que Enrico apresentasse batimentos cardíacos, até que o bebê voltasse a dar sinais de vida no colo da mãe, Eliza Bravin. As complicações aconteceram após Enrico passar por uma cirurgia cardíaca.
Cirurgia estava prevista desde o nascimento
Segundo o pai do bebê, Evandro Doriquetto, Enrico nasceu com uma cardiopatia e a família já sabia que ele precisaria passar pela cirurgia, após completar um ano de vida.
Ele (Enrico) operou com a melhor equipe que podemos imaginar de médicos, na sexta-feira. No domingo, por volta de 16h40, ele teve a primeira parada cardíaca. Ali foram quatro, em um espaço curto de tempo, durando de 5 a 12 segundos cada.
De acordo com o pai, Enrico foi estabilizado após os primeiros eventos, mas teve outras seis paradas cardíacas durante a noite. As últimas foram após a meia-noite.
“Por volta de meia-noite vieram as finais, 12 seguidas. Por volta das 4h, ouvi da boca da médica ‘não há mais o que fazer’ e realmente, eu vi todas as reanimações, não tinha mais o que fazer”, explicou.
Depois de receberem a notícia dos médicos e aceitarem que nada mais poderia ser feito, os pais decidiram encaminhar Enrico para a autópsia, desligando os aparelhos. Enquanto a mãe se despedia do que acreditava ser o último momento com seu filho, o pai se retirou para avisar aos familiares.
“Fiquei 40 minutos fora e quando eu subi, ela ainda estava lá se despedindo dele, cantando e brincando. Foi quando ele deu um suspiro e mexeu a boca. Relatei para a médica e ela explicou que poderia ser gases, o que era normal”, relembra. “Mas eu fiquei olhando e nada me tirava da cabeça que ele não estava morto. Foi quando eu vi que ele estava respirando”.
Após o pai insistir que a criança estava respirando, a médica fez a conferência e constatou que os batimentos cardíacos haviam retornado, ligando novamente os aparelhos.
“O coração estava batendo muito lento, então ela ligou para o médico que operou e descobriu que ele precisava de um marca-passo. Quando colocaram o marca-passo provisório, os batimentos dele voltaram ao normal”, explicou.
Enrico voltou para o centro cirúrgico, onde recebeu o marca-passo definitivo e permanece internado na UTI sob cuidados intensivos e em condição instável. A equipe do hospital e os médicos tratam o caso como milagre.