Doação de sangue
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Dia Mundial do Colesterol – 8 de agosto – é um convite para falarmos com mais profundidade sobre um exame que assusta muita gente: o colesterol.

Como cardiologista, já vi essa cena inúmeras vezes: o paciente chega com o colesterol total acima de 230, o LDL (o chamado “colesterol ruim”) beirando 160, e a primeira pergunta é direta: “Dá pra baixar só com dieta e exercício? Quero evitar remédio.”

A resposta curta? Depende

A boa notícia é que mudanças no estilo de vida têm poder real. A prática regular de atividade física, especialmente exercícios aeróbicos como caminhadas rápidas, bicicleta ou natação, pode reduzir em torno de 5 a 10% do LDL e ainda aumentar o HDL, o “colesterol bom”.

A alimentação também faz diferença: dietas ricas em fibras solúveis (como aveia, leguminosas, frutas), uso moderado de oleaginosas (como nozes e amêndoas) e a redução de gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados podem reduzir o LDL em até 20 – 30%. Com disciplina, é possível reduzir um LDL de 160 para valores em torno de 130 mg/dL.

Mas atenção: isso pode não ser suficiente!

Se a pessoa tem histórico familiar de infarto precoce, pressão alta, diabetes ou outros fatores de risco, as metas são mais rígidas. O tratamento do colesterol é individualizado e baseado no cálculo do risco cardiovascular, que vai estabelecer metas individuais de controle e diminuição de risco.

Em muitos casos, mesmo com alimentação equilibrada e atividade física, o uso de medicação é necessário para alcançar níveis de colesterol realmente protetores.

E não é questão de fracasso pessoal

É genética, é metabolismo, é prevenção.

Medidas de estilo de vida não são substitutas do tratamento. Elas são a base.
Quando associamos tudo – bons hábitos e, se necessário, medicações seguras e eficazes – conseguimos reduzir drasticamente o risco de infartos, AVCs e mortes prematuras.

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Neste Dia Mundial do Colesterol, o convite é claro: faça seus exames, conheça seus números, converse com seu médico e trace metas reais.

Colesterol alto tem tratamento. E quanto mais cedo começamos, menor a chance de surpresas no futuro.

Dra. Tatiane Mascarenhas Santiago Emerich

Colunista

Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. Residência em cardiologia e ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo. Titulo de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Título em área de atuação em Ecocaridografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular - SBC. Presidente da SBC ES 2020/21. Caridologista e Ecocardiografista do Centrocor e CDC. @tatianeemerich

Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. Residência em cardiologia e ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo. Titulo de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Título em área de atuação em Ecocaridografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular - SBC. Presidente da SBC ES 2020/21. Caridologista e Ecocardiografista do Centrocor e CDC. @tatianeemerich