Saúde

Dia Mundial Sem Tabaco conscientiza população sobre risco de câncer de pulmão

No Brasil, a doença é o segundo tipo mais comum de câncer, mas quem para de fumar vai reduzindo os riscos com o tempo

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Foto: Divulgação
A maioria dos fumantes começa a fumar antes dos 18 anos. 

Você sabia que nesta sexta-feira (31) é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco? A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987 para alertar a população sobre as doenças provenientes do hábito de fumar. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o país soma mais de 28 mil novos casos de tumores pulmonares ao ano. Uma informação curiosa é que 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos.

Dados do Instituto apontam ainda que o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão.

O médico oncologista Glaucio Antonio Bertollo, do Cecon, destaca que as pessoas que fumam têm maior probabilidade de ter o câncer e alerta para a importância das ações de prevenção e conscientização, como as que ocorrem por ocasião do Dia Mundial sem Tabaco. O Cecon, conforme relata o médico, realiza palestras voltadas para o controle do tabagismo na prevenção do câncer.

“Após a interrupção do tabagismo, estudos mostram que em dois dias já há melhora no olfato e paladar, após três semanas já começa a haver sinais de melhora na circulação, pressão e respiração, após 5-10 anos o risco de infarto e câncer é reduzido. Após cerca de 15 anos o risco de desenvolver câncer de pulmão é semelhante ao de um não tabagista”.

Fique atento aos sinais de alerta

O oncologista diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresentam sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar, escarro com sangue e dor no peito.

Algumas vezes, a doença pode ser descoberta a partir de sintomas relacionados a metástases, como dor nos ossos, crises convulsivas, perda de força nas pernas e braços. Esses sintomas indicam doença muito avançada e grave. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença.

Segundo o médico, os carcinomas são os tumores mais comuns dos pulmões. “Os carcinomas são mais de 90% dos casos. Entre eles, o mais comum é o adenocarcinoma, seguido do carcinoma epidermólise e do carcinoma de pequenas células. Todos podem estar relacionados com o tabagismo, principalmente os dois últimos”, destaca.

Tratamento

Bertollo alerta que quando a doença é descoberta no início, geralmente a cirurgia é o tratamento principal. Em pacientes com doença localmente avançada (doença volumosa, mas sem metástases) o tratamento é feito com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

Nos pacientes com metástases, o médico comenta que o tratamento vai depender do tipo histológico e das características moleculares da doença e pode incluir quimioterapia, terapias de alvo molecular e imunoterapia. “O tratamento deve ser sempre individualizado para cada caso e sempre discutido em equipe multidisciplinar com cirurgião de Tórax, radioterapeuta e oncologista clínico”.

Avanços no diagnóstico precoce

Outro poderoso aliado na identificação do câncer de pulmão, que permite o diagnóstico precoce e exerce o papel fundamental para a cura da doença, é o chamado rastreamento do câncer de pulmão com tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD), cuja importância pode ser comparada ao papel da mamografia para o câncer de mama.

Disponível na maioria das unidades de Medicina Diagnóstica no país, a TCBD é o exame mais indicado como método de rastreamento para o câncer de pulmão. Devido à sua menor dose de radiação, pode ser repetida frequentemente, de acordo com um protocolo bem estabelecido, para o acompanhamento dos pacientes tabagistas, que compõe o grupo de risco para desenvolvimento do câncer de pulmão. Além disso, a TCBD também detecta outras doenças provocadas pelo tabagismo, antes mesmo de qualquer sintoma se manifestar.

O oncologista Gláucio Bertollo orienta ainda que fumantes com carga tabágica (exposição tabágica – exposição do indivíduo ao tabagismo) maior ou igual a 30 maços ano (número de maços por dia X anos que fumou) e ex-fumantes que cessaram o tabagismo há menos de 15 anos, e com idade entre 55 e 74 anos façam o rastreamento de câncer de pulmão por meio da TCBD.

Para este perfil de pacientes já há evidências na literatura médica de que a tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD), como método de rastreamento, possibilita uma redução significativa da mortalidade de até 20%, por câncer de pulmão, um avanço tudo como extremamente importante e animador pelos especialistas.

“Para avaliar os resultados desse tipo de exame é necessária uma equipe interdisciplinar composta por radiologista, patologista, oncologista e cirurgião torácico, todos com experiência em doenças do tórax, para orientar a conduta médica por meio da interpretação dos resultados anormais da TCBD em cada paciente”, finaliza o médico.