
O Hospital de Olhos do Espírito Santo (HOES) completou cinco anos em novembro e consolida-se como um dos principais polos de inovação oftalmológica do Estado, destacando o Espírito Santo no cenário nacional da saúde ocular.
Entre os marcos dessa trajetória está a realização da primeira cirurgia com tecnologia de ponta no hospital, conduzida pelo oftalmologista Sebastião Silveira, que compartilha em entrevista exclusiva para a coluna os avanços, impactos e perspectivas dessa nova era para o cuidado visual.
1. Qual o significado de o HOES completar 5 anos em 2025 e já se consolidar como referência em inovação no tratamento da saúde ocular no Espírito Santo?
Os cinco anos do HOES marcaram uma verdadeira virada tecnológica na oftalmologia capixaba. Desde o início, o hospital assumiu a proposta de ser um centro digital de olhos, trazendo para o Espírito Santo tecnologias que antes só estavam presentes nos maiores polos do país. Equipamentos como o ORA — exclusivo no estado desde a inauguração — garantem precisão inédita na escolha da lente intraocular em cirurgias de catarata. Somado a isso, o hospital conta com um dos poucos microscópios digitais de última geração do Brasil e lasers que tornam procedimentos plásticos oculares menos invasivos. Em pouco tempo, o HOES transformou a experiência de pacientes e profissionais, consolidando-se como referência em inovação.
2. O senhor realizou a primeira cirurgia do HOES utilizando essa nova tecnologia. Como foi esse momento e quais diferenciais esse equipamento trouxe para o procedimento?
Realizar a primeira cirurgia de catarata com o ORA foi um marco. O equipamento permite selecionar a lente intraocular com um grau de precisão que muda completamente o resultado pós-operatório. Cinco anos depois, essa tecnologia evoluiu ainda mais: o hospital incorporou uma versão mais moderna do ORA, acoplada ao microscópio Luxor, considerado o mais avançado para cirurgias de catarata. Esse conjunto elevou ainda mais a qualidade dos procedimentos.
3. De que maneira a incorporação de tecnologias avançadas transforma o dia a dia dos oftalmologistas e a experiência do paciente?
Na cirurgia refrativa, também tive a oportunidade de usar pela primeira vez um sistema de avaliação multimodal — um único aparelho capaz de realizar diversos exames simultaneamente. Ele cria um “avatar” do olho, permitindo um tratamento altamente personalizado e preciso. Esse equipamento, o único do estado até hoje, tornou os procedimentos mais seguros, eficientes e adaptados à necessidade individual de cada paciente.
Tecnologia e oftalmologia
4. Quais tipos de doenças ou condições oftalmológicas mais se beneficiam desse novo recurso tecnológico?
A estrutura tecnológica do HOES impacta praticamente todas as áreas da oftalmologia: catarata, retina, glaucoma, córnea, plástica ocular e exames pré-operatórios. O hospital reúne, em um único espaço, recursos comparáveis — e em alguns casos superiores — aos de centros renomados como o Sírio-Libanês e o Einstein. Além da tecnologia, a experiência do paciente é diferenciada, desde o atendimento inicial até o acompanhamento anestésico em exames e cirurgias. Isso elevou o padrão da oftalmologia capixaba a um nível nacional de excelência.
5. O Espírito Santo hoje aparece como destaque nacional em saúde ocular. Na sua avaliação, quais fatores contribuíram para que o estado alcançasse esse patamar?
O Espírito Santo ganhou projeção por uma combinação de fatores: investimentos contínuos em tecnologia, ampliação das áreas de atuação e, mais recentemente, a entrada do HOES em pesquisas internacionais. O hospital já participa de estudos sobre retina e genética em parceria com centros de referência da América Latina. Essa postura de inovação constante coloca o estado na dianteira do que há de mais avançado no mundo.
6. Olhando para o futuro, que outras inovações o senhor acredita que podem chegar ao HOES e como elas devem impactar o cuidado com a visão nos próximos anos?
Como cirurgião, sinto segurança em atuar em um ambiente que acompanha as inovações mais recentes. O HOES continua ampliando sua estrutura e essa evolução garante que os pacientes tenham acesso ao melhor da tecnologia, com resultados cada vez mais precisos e seguros — e isso se reflete no dia a dia, quando vemos o impacto positivo no pós-operatório e na satisfação de quem passa pelo hospital.