Saúde

ES não vai antecipar 2ª dose da vacina para conter variante Delta

Segundo a secretaria, a decisão é respaldada pela avaliação das sociedades de especialistas, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das Câmaras Técnicas do Plano Nacional de Imunizações

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Apesar de especialistas afirmarem que apenas uma dose da vacina contra covid-19 não é suficiente para proteger contra a variante Delta do novo coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), afirmou que a segunda dose dos imunizantes não será antecipada no Espírito Santo.

A variante Delta está em circulação comunitária desde o mês de julho no Estado, com cinco casos confirmados em Vitória, um no município da Serra e um em Guarapari. 

“A antecipação da D2 como estratégia de enfrentamento à variante Delta não é consenso entre os especialistas e as principais sociedades médicas e entidades científicas do Brasil como a Sociedade Brasileira de Imunizações; Sociedade Brasileira de Infectologia; Sociedade Brasileira de Pediatria; e a própria Fiocruz”, disse a nota enviada pela Sesa.

Ainda segundo a secretaria, a decisão é respaldada pela avaliação das sociedades de especialistas, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das Câmaras Técnicas do Plano Nacional de Imunizações.

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Secretário estadual de saúde se manifesta em rede social

O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, usou uma rede social para falar sobre a antecipação da segunda dose como estratégia para conter o avanço da variante Delta no Estado. 

Foto: Reprodução / Twitter

Na publicação, ele explica que adiantar a segunda dose dos imunizantes não é uma medida necessária no momento, visto que a ampla maioria do público com mais de 60 anos já estaria completamente imunizada.

Além disso, ainda segundo a publicação feita pelo secretário, no mês de agosto, o Estado irá alcançar pelo menor 90% de cobertura de segunda dose no grupo com mais de 45 anos. Nésio afirma que esses são os grupos que possuem maior risco de internações e óbitos. 

Eficácia de D1 contra variante Delta é menor que 30%, diz especialista

Segundo o doutor em epidemiologia, Daniel Gomes, apesar de ser eficaz no combate ao coronavírus, apenas uma dose da vacina não garante proteção contra a variante.

“O ponto preocupante é que apenas a primeira dose não é suficiente para proteger o indivíduo contra a variante delta. Por isso muitos Estados estão antecipando a segunda dose, para gerar uma maior segurança”, disse o epidemiologista. 

O especialista explicou que as vacinas, até o momento, protegem contra essa variante, mas mesmo com a segunda dose, a taxa de proteção do imunizante com relação à Delta é menor do que para outras variantes. Com apenas a primeira dose, o problema é ainda maior.

“Os governos estão tentando expandir a vacinação com a D1, porque ela protege contra as outras variantes. Além disso, pode ser uma forma de garantir uma força política em relação ao número de vacinados. Mas no que se refere à variante Delta, as vacinas têm uma baixa eficácia, na casa dos 30% com uma única dose”, reforçou.

Daniel explicou ainda que monitorar o avanço da variante é importante, mas é fundamental que as pessoas completem o esquema vacinal. “É importante que as pessoas se vacinem. Seria fantástico se a gente conseguisse aumentar ainda mais os nossos índices de cobertura. A primeira dose é importante, mas a segunda é fundamental”, disse.

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Cuidados para evitar transmissão da doença são fundamentais

O avanço da vacinação contribuiu para que o número de óbitos e internações, assim como a diminuição no número de infectados, diminuísse de forma expressiva.

Mas diante de uma nova variante, como é o caso da Delta, os cuidados seguem sendo fundamentais, já que como reforçou a infectologista, Ana Carolina D’Ettorres, “os estudos de eficácia da vacina foram desenhados com o objetivo de evitar morte e formas graves, mas o indivíduo vacinado pode ainda se infectar e transmitir para os outros”.

“Nossa vantagem nesse momento é que a gente sabe como o vírus é transmitido, diferente do início da pandemia. A variante Delta, apesar de ser mais transmissível, é transmitida da mesma forma que a original. Então as medidas de higiene e distanciamento, aliadas à vacinação em massa, são medidas de muita força para a gente enfrentar esse novo momento da pandemia”, completou. 

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