Saúde

Especialistas debatem projeto de atenção para doenças raras que atingem 280 mil capixabas

No Espírito Santo, os pacientes costumam ser diagnosticados tardiamente e os tratamentos médicos necessários custam caro

Especialistas debatem projeto de atenção para doenças raras que atingem 280 mil capixabas Especialistas debatem projeto de atenção para doenças raras que atingem 280 mil capixabas Especialistas debatem projeto de atenção para doenças raras que atingem 280 mil capixabas Especialistas debatem projeto de atenção para doenças raras que atingem 280 mil capixabas
Foto: Pixabay
Lúpus, a doença de Crohn, esclerose múltipla, fibrose cística e a epidermólise bolhosa, são exemplos de doenças raras. 

De acordo com a Subcomissão Especial das Doenças Raras do estado, no Espírito Santo, aproximadamente 280 mil capixabas têm algum tipo de doença rara. No Brasil, esse número é ainda maior e chega a 13 milhões. O deputado federal, que também é médico, Sérgio Vidigal, explica que é necessário criar políticas de atenção para o problema, uma vez que a doença afeta a vida de milhares de pessoas. 

Nesta sexta-feira a Subcomissão realiza em Vitória, um seminário voltado ao debate da doença, para pesquisa, desenvolvimento e uso de fármacos experimentais para tratamento das doenças raras na região.

De acordo com Sérgio Vidigal é necessário acompanhar com atenção, uma vez que os pacientes costumam ser diagnosticados tardiamente e os tratamentos médicos necessários possuem custo elevado. “Diante do cenário, o acompanhamento desse tema deve ser cuidadoso e atento”, comentou o deputado.

Foto: Agência Brasil
Deputado federal Sérgio Vidigal. 

Doenças raras 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), enquadram-se nesse grupo as patologias que atingem até 65 indivíduos em cada 100 mil pessoas. Além disso, estima-se que 80% dessas moléstias são de ordem genética e 75% afetam crianças, sendo que 30% dos pacientes morrem até os cinco anos de idade. Lúpus, a doença de crohn, esclerose múltipla, fibrose cística e a epidermólise bolhosa, são alguns exemplos.

No País

No Brasil, o diagnóstico tardio, em função da escassez de médicos especializados, e o tratamento de alto custo e quase inexistente no Sistema Único de Saúde (SUS), são alguns dos fatores que dificultam a vida dos portadores de Doenças raras, estimados em 13 milhões no País. (Dado da Interfarma).

Direitos 

Segundo a advogada Tatiana Viola de Queiroz, mesmo em face desses obstáculos, as pessoas com doenças raras dispõem de algumas garantias legais especiais, asseguradas por atos jurídicos como a Portaria n° 199/2014.

“Esse documento estabelece a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, sanciona as diretrizes para a assistência às mesmas no SUS e ainda estabelece as verbas destinadas a este fim”, explica a especialista.

Os pacientes com DRs ainda têm direito à obtenção de tratamento, ao benefício previdenciário do auxílio-doença, à isenção de alguns tributos, como o Imposto de Renda (em casos específicos) e o IPVA, ICMS, IPI e IOF, caso necessitem comprar um carro adaptado, entre outras garantias.

O recebimento de medicamentos de forma gratuita também é outra garantia que os portadores de males raros podem reclamar ao SUS ou aos planos de saúde. Caso o benefício seja negado ou o pedido demore a ser respondido, os pacientes podem recorrer ao poder judiciário, para o provimento de medida, ou tutela, antecipatória. “As sentenças dessas medidas saem em até sete dias e quando há o deferimento, os convênios ou o SUS têm a obrigação de fornecer a medicação o mais rápido possível ao paciente, correndo o risco de serem multados, caso não o façam”, explica Tatiana Viola.

Presenças no Seminário 

Estarão presentes a vice-governadora, Jaqueline Moraes, representantes do Ministério da Saúde, de entidades médicas e familiares de pessoas com doenças raras. O Secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, a médica alergista, professora e coordenadora do ambulatório de angioedema da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Faradiba Sarkis, o defensor público, Philipe França, o promotor público Cleto Vinicius Pedrollo e o representante do Ministério da Saúde, Bartolomeu Martins, os quais vão apresentar o panorama atual no Estado.

A presidente da Associação Capixaba de Doenças Raras, Cristiane Gomes de Souza Alvarenga, também estará no seminário e fará exposição do atual quadro no Estado.