
As ondas de calor da menopausa — os fogachos — vão muito além do incômodo. Estudos mostram que mulheres com fogachos frequentes/persistentes têm maior risco de eventos cardiovasculares ao longo do tempo, um sinal de que os sintomas vasomotores podem funcionar como marcador de risco para a saúde do coração.
E onde entra a obesidade? A literatura mais recente aponta a obesidade se associa a fogachos mais intensos e frequentes. Por que isso acontece? A gordura visceral aumenta a inflamação sistêmica, altera a termorregulação e impacta a função autonômica — mecanismos que favorecem instabilidade do “termostato” central e pioram os fogachos.
Além disso, a obesidade se relaciona a alterações metabólicas (pressão, glicose, lipídios) que andam de mãos dadas com o risco cardiovascular, e os fogachos tendem a coexistir com essa piora do perfil de risco. Em estudos de imagem vascular, mulheres com sintomas vasomotores (fogachos) mais intensos apresentam mais aterosclerose subclínica (placa de gordura), reforçando o elo entre sintomas da menopausa e saúde arterial.
Como reduzir os fogachos
A Boa notícia é que perder peso pode ajudar a reduzir os fogachos. Estudos com mulheres portadoras de sobrepeso/obesidade e fogachos diários mostram que a perda de peso leva a redução significativamente desses episódios, quanto maior a perda, maior a melhora.
Isso não significa que emagrecer substitua terapias específicas para fogachos. A terapia de reposição hormonal continua sendo o tratamento mais eficaz para sintomas vasomotores em mulheres cok indicaçãoe que possam fazer uso (melhor relação benefício-risco quando iniciada <10 anos da menopausa), e há opções não hormonais baseadas em evidência para quem não pode/quer usar hormônio.
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Mas integrar controle de peso, inclusive com terapia medicamentosa quando indicado, alimentação e atividade física ao plano terapêutico pode diminuir os fogachos e melhorar marcadores cardiometabólicos — um pacote suepr valorizado para cuidar da saúde cardiovascular da mulher como um todo.