Foto: Reprodução/Hospital Rio Doce
Foto: Reprodução/Hospital Rio Doce

O Hospital Rio Doce, em Linhares, região Norte do Espírito Santo, comunicou nesta quinta-feira (2) que os atendimentos na maternidade da unidade ficarão suspensos por tempo indeterminado a partir de 19h desta sexta-feira (3).

Segundo a instituição, o motivo seria a falta de médicos plantonistas, causada pela atual crise financeira enfrentada pela instituição.

“Os repasses do Ministério da Saúde cobrem apenas cerca de 60% dos custos reais dos atendimentos. O restante precisa ser custeado pelo próprio hospital, o que gerou um déficit financeiro crônico que agora impede a continuidade dos serviços”, informou o hospital por nota.

Ainda de acordo com o Hospital Rio Doce, gestantes já internadas continuarão recebendo atendimento normalmente até a alta hospitalar.

Já gestantes que precisarem de assistência obstétrica devem procurar a rede pública municipal e grávidas com convênio devem buscar informações diretamente com o plano de saúde.

Nas redes sociais, o provedor do Hospital Rio Doce, Dalziso Armani, se pronunciou sobre o fechamento. Segundo ele, o hospital contava com um quadro de 28 médicos plantonistas, e atualmente o número foi reduzido para 12.

“É inviável a maternidade continuar aberta com este número de médicos, não estamos conseguindo fechar os plantões. Os médicos estão saindo daqui por falta de pagamento. Quando entramos aqui pegamos uma dívida absurda, que chega a quase R$ 100 milhões. É inviável para o hospital seguir trabalhando”, disse.

O que diz a Sesa

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que recebeu ofício enviado pelo provedor do hospital na quarta-feira (2).

Segundo a Sesa, o documento informa de “forma unilateral e sem aviso prévio”, a suspensão do serviço de maternidade de risco habitual e de alto risco contratualizado com a secretaria.

A Sesa afirmou que mantém os pagamentos em dia à instituição, no valor de R$ 9.390.826,77 e que considera a decisão da direção uma grave violação contratual, com risco direto à vida de gestantes e recém-nascidos.

“A Secretaria está exigindo explicações imediatas da Fundação e já adota medidas para garantir a continuidade da assistência na região. Uma equipe técnica já elabora plano de contingência emergencial e garante que nenhuma mãe e nenhum bebê ficarão desassistidos”, afirmou a Sesa por nota.

A Sesa afirmou também que a atitude do hospital não ficará sem responsabilização e que auditorias serão instauradas sobre a gestão, além da adoção de medidas legais cabíveis, incluindo representação ao Ministério Público e denúncia criminal do corpo diretor da fundação.

O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann divulgou um vídeo em rede social explicando as providências que estão sendo tomadas e afirmou que nenhuma gestante da região ficará sem atendimento.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.