*Artigo escrito por Alessandra Ramos Parpaiola de Menezes, doutora em Ciências Odontológicas, especialista e mestre em Dentística Restauradora e professora do curso de Odontologia da Faesa Centro Universitário
A consulta com o cirurgião-dentista representa, para muitos, um momento cercado por ansiedade e medo.
Diversos fatores — como experiências negativas anteriores, frequentemente traumáticas, relacionadas à dor ou à falta de informação sobre os procedimentos — contribuem para o desconforto durante o atendimento odontológico.
Diante disso, é fundamental compreender que o papel do cirurgião-dentista vai muito além da recuperação funcional e estética ou do alívio da dor.
Seu trabalho deve ser pautado por uma abordagem ética e humanizada, respeitando a confiança integral depositada pelo paciente que busca assistência. É essencial enxergar o ser humano além da queixa clínica, acolhendo-o em sua totalidade.
Por essa razão, é imprescindível que os estudantes de Odontologia desenvolvam, desde cedo, a consciência sobre a responsabilidade que envolve o atendimento clínico.
É necessário que eles compreendam que o paciente deve ser tratado de forma integral, considerando não apenas a doença, mas também seu estado emocional diante do tratamento.
A humanização está intrinsecamente ligada à formação ética, afetiva e sensível do profissional, sendo a base para o estabelecimento de uma relação de segurança e confiança.
Nesse contexto, o curso de Odontologia da Faesa, a partir do segundo período, promove essa conscientização por meio da disciplina “Humanização do Cuidado”. Desde as primeiras atividades clínicas, mesmo as menos complexas, os alunos são estimulados a desenvolver zelo, empatia e responsabilidade diante do paciente.
Entre os objetivos da disciplina estão motivar os estudantes a não apenas seguir protocolos, mas compreendê-los como parte essencial do cuidado; proporcionar uma experiência marcante que evidencie a importância do acolhimento, e estimular relações humanas pautadas no diálogo, na escuta ativa e na empatia.
Como resultado desse processo formativo, observa-se uma evolução significativa no desempenho dos alunos, especialmente em aspectos como organização, pontualidade, cuidado com os materiais e com o ambiente clínico.
Além disso, há um notável desenvolvimento de competências essenciais à prática odontológica, como o acolhimento, o cuidado centrado no paciente e a oferta de um atendimento verdadeiramente humanizado.
Formar cirurgiões-dentistas tecnicamente preparados e, ao mesmo tempo, sensíveis às dimensões humanas do cuidado é um compromisso da educação superior.
A odontologia exige precisão, sim — mas também escuta, empatia e respeito. Quando técnica e sensibilidade caminham juntas, o atendimento odontológico se torna um verdadeiro ato de cuidado com o ser humano.