Saúde

Carnaval: vai beijar? Saiba como se proteger de doença transmitida pela saliva

Segundo especialista, a doença pode ser perigosa e, em alguns casos, até mesmo levar a quadros de inflamação cerebral. Veja dicas e conheça os sintomas

Foto: Reprodução/Pexels

Blocos, fantasias, adereços, marchinhas, samba e muita alegria. Ingredientes indispensáveis no Carnaval. Mas tem ainda aqueles romances repentinos regados a muito beijo na boca.

Dias de paquera em alta pedem também aquele cuidado redobrado com a saúde. Isso por que muitas doenças que são transmitidas pela saliva podem render uma ressaca e tanto após a folia. Entre as mais comuns estão a candidíase bucal, sapinho, herpes, mononucleose e gengivite.

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O responsável pela mononucleose infecciosa, popularmente conhecida por 'doença do beijo' é um vírus chamado Epstein-Barr. O fato é que não existe nenhuma vacina contra esse vírus, por tanto, a maneira mais eficaz de prevenção é evitar o contato com pessoas contaminadas e objetos infectados.

Segundo o médico PhD em neurociências, Fabiano de Abreu, a doença pode ser perigosa e em alguns casos, até mesmo levar a quadros de inflamação cerebral.

“A Mononucleose infecciosa é transmitida, principalmente, pelo contato com a saliva e causa sintomas como fadiga, tosse, dor de garganta e inflamação no fígado, mas também pode causar encefalite, uma inflamação cerebral que causa dores, confusão mental, alucinações, sensibilidade à luz e desorientação a depender do seu grau”, alerta.

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Quanto tempo o vírus Epstein-barr fica no corpo?

Os sintomas da doença do beijo incluem febre acima de 38°, cansaço excessivo, ínguas no pescoço, tosse, perda de apetite, dor de garganta, dor de cabeça constante e mal estar de maneira geral.. 

Em média, o tempo para que um indivíduo contaminado se recupere, é de duas a quatro semanas, porém, após isso, o vírus permanece inativo por toda a vida nas células do sistema imunológico do corpo.

Saiba como se prevenir 

Alguns cuidados básicos de higiene são bastante eficientes para manter o vírus longe. Veja algumas dicas:

* Mantenha as mãos limpas corretamente;
* Não compartilhe objetos de uso pessoal, como escova de dentes, por exemplo;
* Mantenha os ambientes sempre limpos.

A recomendação, em caso de sintomas da doença, é para que o indivíduo procure atendimento o mais rápido possível nas unidade de saúde. Caso o diagnóstico de mononucleose infeciosa seja confirmado, as pessoas mais próximas e os familiares devem manter alguns cuidados.

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Outras doenças também podem atrapalhar o seu Carnaval. Como ninguém quer passar mal, a médica Martina Zanotti, infectologista do Vitória Apart Hospital, fez uma lista com seis coisas para você ficar atento. Veja:

1. FAÇA UMA REFEIÇÃO ANTES DE BEBER

O ideal é que você não fique muito tempo em jejum e só consuma bebida alcoólica depois de se alimentar. Prefira alimentos leves, de fácil digestão. “Beber com moderação é sempre a melhor escolha, lembrando de nunca combinar bebida e direção”, completa Martina.

2. MANTENHA-SE HIDRATADO

Cerveja não é água. “O álcool na verdade desidrata. Para gente não ter as complicações de uma ressaca brava, com hipoglicemia, é importante a gente se hidratar o tempo todo. Muitas vezes a pessoa está tomando a cerveja gelada, e esquece da água. Isso é um erro muito grande, precisa estar sempre tomando água”, alerta a médica. 

Fique atento aos sinais de desidratação: boca seca, diminuição da urina, fraqueza, sonolência, confusão mental.

3. USE CAMISINHA

A melhor forma de se proteger das doenças sexualmente transmissíveis (DST), como Aids, sífilis, hepatites e gonorreia, é usando camisinha. 

“A melhor medida de prevenção é o preservativo. Hoje em dia, para prevenir da Aids existe a PrEP , que é o medicamento que a pessoa toma antes de se expor. Isso está muito na moda, mas é importante frisar que isso previne o HIV e a pessoa que está tomando, precisa tomar todo dia, não pode esquecer, ou não vai funcionar. E fora isso, não vai prevenir das outras doenças”.

4. NÃO USOU CAMISINHA? PROCURE UM MÉDICO

Esqueceu de usar o preservativo? Ao menor sinal ou sintoma, procure um médico. “É se cuidar antes de ter as relações. Se não se cuidou, é buscar um médico para fazer tratamento precocemente. Doenças como sífilis, gonorreia e alguns tipos de hepatite têm tratamento. É importante procurar o médico se não estiver se sentindo bem”, reforça Martina..

5. ATENÇÃO COM AS COMIDAS E BEBIDAS

“Gastroenterite é muito comum nessa época por conta do calor e da grande quantidade de gente aglomerada. Comida estraga mais rápido nessa temperatura. Cuidado ao tomar cerveja em uma latinha que não foi higienizada corretamente. Lavar sempre as mãos, não comer alimentos de origem duvidosa – como maionese -, higienizar a tampinha da garrafa e comer coisas leves”, orienta a médica.

6. CARTÃO DE VACINA ATUALIZADO

O número de casos de covid diminuiu, mas ainda temos vírus circulando e a tendência é um aumento no número de casos em locais com grande aglomeração de pessoas. Por isso, mantenha as vacinas em dia. 

“Cada um deve avaliar o seu próprio risco, idosos e pessoas com comorbidades devem evitar aglomeração. Para os demais, é manter o esquema vacinal em dia. Quem não tomou dose de reforço, deve tomar”, defende a infectologista.

*Com informações do R7 e Estadão

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