Saúde

O que é a imunoterapia, tratamento que fez Glória Maria vencer o câncer em 2019

Oncologista explica como funciona o tratamento e em quais casos ele pode ser mais eficiente. Apresentadora morreu na manhã desta quinta-feira (2), aos 73 anos

Foto: Reprodução

Desde que descobriu o câncer de pulmão há quatro anos, a jornalista Glória Maria, 73 anos, travou um verdadeira batalha contra a doença. Após todos esses anos e depois de vários tratamentos, ela não resistiu e faleceu na manhã desta quinta-feira (2).

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Entre as terapias pelas quais a apresentadora passou está a imunoterapia. Ainda em 2019, quando foi constatado o tumor no pulmão, Glória teve um resultado considerado bem-sucedido com a terapia na ocasião. Então, como funciona esse tipo de tratamento?

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Segundo a médica Carolina Chaves Siqueira, oncologista da Samp, a imunoterapia treina o sistema imunológico para o combate às células cancerígenas.

“A quimioterapia destrói diretamente as células do câncer, é um tratamento direto. A imunoterapia treina o sistema imunológico para combater a célula do câncer, é um tratamento indireto. Não é o medicamento que faz o efeito, o medicamento estimula o sistema imunológico da pessoa a criar artifícios para destruir as células do câncer”, explica.

A oncologista disse ainda que é por conta desse treinamento do sistema imunológico que os efeitos da imunoterapia são mais duradouros do que a quimioterapia. 

“Quando a gente para a quimioterapia, para o efeito do tratamento. Na imunoterapia é diferente. Nosso sistema imunológico tem memória e se o sistema imunológico está treinado, ele continua tendo ação contra as células cancerígenas mesmo quando a gente faz uma pausa no tratamento. É um tratamento que tem um efeito mais prolongado, mais duradouro”, afirma.

Tratamento de alto custo

O tratamento é de alto custo, porém, é visto como promissor no combate ao câncer, apresentando apenas uma boa resposta para alguns tipos de tumor.  

“Não são todos os tumores que tem boa resposta a imunoterapia, cada caso é avaliado individualmente. É uma área com muita pesquisa, cada vez a gente descobre novas possibilidades de tratamento para imunoterapia. Rim e melanoma não têm resposta a quimioterapia e antigamente, antes desse tratamento, a gente ficava sem alternativas. Com a imunoterapia, esses pacientes ganharam uma sobrevida maior, mais qualidade de vida. Melanoma, rim e tumores no pulmão a gente usa muito a imunoterapia, porque tem boa resposta”, esclarece.

É importante lembrar que embora a imunoterapia seja uma boa opção de tratamento, não há como extinguir todas as possibilidades da doença voltar. Em situações de metástase, como no caso de Glória Maria, o tratamento busca o controle da doença.

“Toda vez que começa um tratamento, depende muito da resposta do tumor. Nem todo paciente tem uma ótima resposta. Quando é uma doença descoberta no início, a gente nunca consegue zerar o risco de a doença voltar no futuro, por isso que a gente fica vigiando a doença por muito tempo. Com metástase, o tratamento visa o controle da doença. No caso da Glória Maria, a imunoterapia foi bem sucedida, depois o câncer voltou no cérebro e foi tratado com cirurgia. E agora, infelizmente, ela piorou de novo e veio a óbito”.

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