Saúde

Dependência química afeta quase 30 milhões de pessoas no mundo

"Problema deve ser encarado com seriedade e não com piadas", diz psicologa.

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Pessoas com a doença devem buscar ajuda gratuita no SUS. 

Apesar de virar motivo de piada em músicas e até memes com o ator Fábio Assunção, a dependência química é uma doença séria que não deve ser banalizada. Para se ter uma ideia, estima-se que 30 milhões de pessoas sejam afetadas por ela no mundo. No Brasil, o número chega a 5,7% da população, representando mais de 8 milhões de pessoas, segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), realizado pelo INPAD.

Para a psicóloga e neurocientista Cássia Rodrigues, é fundamental que o problema seja encarado com a seriedade que merece. “Quando um integrante da família apresenta um quadro como este, todos adoecem. A embriaguez ainda é glamourizada e isso faz com que muitas pessoas achem que não precisam de ajuda”, destacou.

O que é alcoolismo?

Uso descontrolado, constante e progressivo de bebidas alcoólicas que pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis. Também pode ocasionar doenças cardiovasculares, AVC, hipertensão e até mesmo doenças psíquicas como depressão e pânico. 

Sintomas da doença

- Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber;

- Dificuldade de controlar o consumo: não conseguir parar de beber depois de ter começado;

- Sintomas de abstinência física, como náusea, suor, tremores e ansiedade, quando se para de beber

- Tolerância: necessidade de doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância.

Ajuda

Diante de dados tão preocupantes, é essencial que exista uma ampla rede de apoio às pessoas que sofrem com o alcoolismo. No Brasil, esse atendimento é realizado de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como parte da Política Nacional de Saúde Mental.

Para auxiliar as famílias e os profissionais que precisam lidar com a dependência química, a especialista decidiu lançar um curso na área. "O objetivo é capacitar pessoas a lidarem com os dependentes químicos. A formação abordará em detalhes a dependência química, tanto de substâncias lícitas como de substâncias ilícitas. Sem dúvidas, a dependência química afeta todos ao redor do paciente e é preciso saber lidar com essas questões", destacou.

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