Saúde

Contágio local de coronavírus não muda estratégia, dizem especialistas

As pessoas infectadas dentro do País têm relação com o primeiro caso confirmado, de um homem de 61 anos, e são do sexo feminino

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A confirmação de transmissão local do coronavírus no Brasil altera algum procedimento de prevenção? Foi essa pergunta que muitos se fizeram logo após o Ministério da Saúde divulgar a contaminação entre indivíduos dentro do País. A resposta dos especialistas é direta: "não".

As pessoas infectadas dentro do País têm relação com o primeiro caso confirmado, de um homem de 61 anos, e são do sexo feminino. A primeira pegou a infecção por contato com o homem durante reunião de cerca de 30 pessoas. Na sequência, ela transmitiu a doença para a outra paciente.

Para o infectologista e chefe da disciplina de Clínica Médica da Unifesp, Paulo Olzon Monteiro da Silva, com a transmissão local aumentam as possibilidades de transmissão, mas não os procedimentos básicos de prevenção. "Com a transmissão local vivemos uma nova fase, onde será preciso muita atenção, mas os métodos de prevenção continuam os mesmos: lavar as mãos frequentemente, evitar tocar os olhos, boca e nariz sem lavar as mãos, cobrir a boca e o nariz ao tossir, evitar aglomerações e sair de casa se estiver doente", enumera o especialista.

O infectologista Jean Gorinchteyn explicou que as medidas que já foram tomadas pelo Ministério da Saúde anteciparam essa situação. "Não muda em nada, de forma alguma. Tudo o que é necessário ser feito já vem sendo adotado. As pessoas, claro, precisam se manterem zelosas em relação aos cuidados mais básicos", disse.

Com transmissão interna, o Brasil pode ser inserido em lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) de países em monitoramento para o novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, o País ainda não tem uma "transmissão comunitária do vírus".

O Brasil já conta com 13 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde atualizados às 16h desta sexta-feira (06). Dez delas estão na cidade de São Paulo, que lidera o ranking de casos suspeitos. Os outros três diagnósticos, já conhecidos, foram feitos no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Bahia.

Em coletiva de imprensa, a pasta anunciou que vai passar a monitorar pessoas com sintomas que chegarem de qualquer país da América do Norte, Europa, Ásia e da Oceania, mais especificamente da Austrália. Ao todo, o País tem 768 casos suspeitos da doença e 480 análises já foram descartadas. Os Estados com mais registros de suspeição de coronavírus são: São Paulo (222), Minas Gerais (123), Rio Grande do Sul (112) e Rio de Janeiro (111).