Saúde

Tuberculose: são diagnosticados mais de 70 mil casos por ano no Brasil

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, só em 2018, foram diagnosticados 72.788 novos casos de tuberculose

Foto: Divulgação
A transmissão da tuberculose é feita de pessoa para pessoa pelo ar. 

Tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa e vespertina, cansaço excessivo e prostração são alguns dos principais sintomas da tuberculose, doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer demais órgãos. 

No Brasil, em 2018, foram diagnosticados 72.788 casos novos da doença, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Atualmente, o país ocupa o vigésimo lugar em relação à taxa de incidência da doença mundialmente. Segundo a pneumologista Marice Ashidani, apesar de a doença possuir tratamento e cura, sua taxa de incidência permanece alta entre populações de baixa renda.

"A condição socioeconômica é um fator importante para a ocorrência da doença. Pessoas com pouco acesso ao sistema de saúde e em situação de vulnerabilidade e baixa imunidade estão mais suscetíveis", explica a médica. "Moradores de rua apresentam 56 vezes mais chances de desenvolver a doença, na frente dos portadores de HIV e da população carcerária (28 vezes). Pacientes diabéticos e alcoólatras também estão no grupo de risco", completa.

A transmissão da tuberculose é feita de pessoa para pessoa pelo ar por meio do bacilo de Koch que pode estar presente na tosse e no espirro, em ambientes fechados por algumas horas. "É preciso desmistificar que a tuberculose se propaga por beijo, compartilhamento de copos, talheres ou por relação sexual", reforça a médica.

A pneumologista alerta também que nem todas as pessoas que entraram em contato com o bacilo irão adoecer. "Na maior parte das vezes, o próprio organismo resiste. Cerca de apenas 10% dos infectados com sistema imunológico normal desenvolverão a doença".

Como o bacilo tem desenvolvimento lento, em alguns casos, mesmo que o corpo apresente resistência no momento da transmissão, a bactéria instala-se e o adoecimento pode começar a dar indícios anos mais tarde. Por isso, com o diagnóstico precoce, por meio de exame de escarro e raio X de tórax, a probabilidade de transmissão diminui, uma vez que após 15 dias se submetendo aos medicamentos, o agente transmissor tende a ser cada vez menos contagioso. Independentemente da melhora dos sintomas nesse período, o tratamento deve prosseguir até completar seis meses.

Além da vacina BCG, que pode ser aplicada no primeiro mês de vida, a prevenção se dá também pelo controle dos comunicantes, aqueles que convivem regularmente com o infectado. Já o tratamento consiste em um coquetel de medicamentos, oferecido de graça pela rede pública de saúde, que pode causar efeitos colaterais como enjoos, vômitos, indisposição, mal-estar, urina de coloração avermelhada e alteração da cor das fezes.


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