Saúde

Hospital de transição permite realização de festas e até visita de pets

Chances de recuperação do pacientes aumentam em mais de 60%.

Foto: Divulgação

Banho de sol, comemorações de datas especiais, convivência mais próxima com familiares, amigos e até a visita do bichinho de estimação são algumas práticas importantes que, aliadas aos cuidados necessários, ajudam a aproximar o paciente de sua vida cotidiana e, consequentemente, proporcionam a sua recuperação.

Foi com essa proposta que surgiram os hospitais de transição, que têm se destacado como um novo conceito de hospital, que reduz o caminho entre a instituição de saúde e a casa do paciente, oferecendo uma rotina que vai muito além do tratamento específico da doença ou da limitação adquirida.

Qualidade de vida para pacientes e seus familiares

Tranquilidade e alegria. Essas são as sensações que Marisa Aparecida de Oliveira Nascimento diz ter ao ver sua filha Renata, de 43 anos, apresentar sinais de melhora depois que se tornou paciente do Royal Care, um dos hospitais de transição de Vitória.

Renata sofre de uma doença degenerativa e está internada na instituição desde novembro de 2017. “Ela se tornou mais comunicativa e interage muito mais com a família e com os profissionais que cuidam dela. Uma vez por mês eu levo os cachorros da família para visitar a Renata e ela fica muito feliz com os animais, em especial com a cadela Belinha, pois elas eram muito próximas. E para nós, qualquer sinal de avanço é motivo de comemoração”, relatou Marisa.

Segundo ela, Renata já estava internada há quatro anos em um hospital tradicional. “O que me levou optar pela remoção foi o ambiente acolhedor e a possibilidade de conhecer de perto toda a equipe que cuida da minha filha. São profissionais excelentes, generosos e comprometidos. Hoje posso dizer que foi uma decisão muito acertada, pois me sinto segura em deixar minha filha aos cuidados da equipe”, afirmou.

A psicóloga do Royal Care, Veronica Leal, destacou que o objetivo de um hospital de transição é promover um ambiente que desconstrói a visão da hospitalização tradicional, voltada apenas para tratar doenças.

“Ao conhecer a proposta do hospital assistencial, os familiares logo identificam essa diferença. Eles percebem que trata-se de um lugar que acolhe, que aconchega, assim como um “lar”. Estabelecer autonomia à família para que ela consiga estar mais próxima de seu ente querido em horários e momentos oportunos, faz com que o paciente consiga avançar cada vez mais em seu tratamento, proporcionando intervenções que possibilitem que ele mantenha a sua identidade e desfrute de um ambiente semelhante ao de sua casa, com fotos e até objetos que têm grande significado para o paciente”, afirmou.

Diferencial

O grande diferencial desse novo modelo de internação é a preparação tanto do paciente quanto do familiar para o retorno ao lar. “No hospital geral, o paciente crônico está acostumado a receber visita médica e multiprofissional diária. E quando chega o momento da alta, esse elo é cortado de forma abrupta, causando insegurança na família em relação aos cuidados com o paciente. O resultado disso é a reinternação por falta dos cuidados necessários, ou seja, algo que poderia ser facilmente evitado”, explica o diretor-clínico do Royal Care Gustavo Genelhu.

Quando o paciente é transferido do hospital geral para um hospital de transição, a família dispõe da estrutura e do tempo necessário para que possa estar realmente preparada e segura para conviver com os cuidados que o doente precisa, garantindo a assistência necessária para seu bem-estar e saúde.

No novo modelo, essa transição conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar de profissionais formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e farmacêuticos.

“Nossa equipe assistencial tem a responsabilidade de assegurar que os pacientes voltem para seu âmbito domiciliar preparados e com apoio necessário, corroborando para melhor articulação e comunicação entre profissionais, pacientes, familiares e cuidadores, visando estratégias de transições bem sucedidas”, diz o médico.

Mais leitos para quem precisa de cuidados intensivos

Alternativas do hospital de transição reduzem o tempo de internação em hospitais terciários, liberando leitos para o paciente que realmente precisa. ”Hoje, 25% dos leitos são ocupados por pacientes que já não precisam de cuidados intensivos. Com essa nova proposta, aumenta-se o quantitativo de leitos em hospitais de maior porte, permitindo que o paciente que necessita de uma estrutura intensiva possa ter acesso ao melhor tratamento”, concluiu Gustavo Genelhu.

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