Dia de prevenção e combate à hipertensão: como evitar a doença?

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Uma doença silenciosa e, por isso, traiçoeira. A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta é uma doença crônica, ou seja, de progressão lenta e de longa duração. Basicamente, é quando a pressão do sangue que circula pelas artérias fica elevada.

"Ela pode ser diagnosticada quando a pressão arterial sistólica é igual ou superior a 140 mmHg e/ou a pressão arterial diastólica é igual ou superior a 90 mmHg, devendo haver pelo menos duas medidas em diferentes momentos", explica Roberto Yano, médico cardiologista .

Caso não seja controlada por meio de tratamentos ou haja demora no diagnóstico, a pressão alta pode provocar uma série de outras doenças, como:

* Infarto;

* Derrame cerebral; 

* Insuficiência renal;

* Perda da visão; 

* Arritmias;

* Insuficiência cardíaca.

Diante da gravidade do problema, foi instituído o Dia Nacional de Prevenção e combate à Hipertensão Arterial. Comemorada todos os anos no dia 26 de abril, em 2023, nesta quarta-feira, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de conhecer seus sintomas e buscar ajuda médica o quanto antes.

Espírito Santo: 700 mil pessoas com hipertensão arterial

Segundo dados da secretaria de estado da Saúde (Sesa), estima-se que 700 mil pessoas tenham hipertensão arterial no Espírito Santo. Ainda de acordo com a pasta, dados nacionais de desempenho da Atenção Primária em Saúde (APS), em 2022, apontaram que apenas 22% dos pacientes foram monitorados de forma preconizada. (Fonte Painel de Indicadores da Atenção Primária). 

No Estado, foram cadastrados 832.306 atendimentos a pacientes hipertensos na APS em 2022, sendo realizados 1.247 atendimentos a crianças, de 0 a 12 anos, e 1.503 atendimentos a adolescentes (13 a 17 anos), segundo dados extraídos SISAB-SUS.

Mas o que pode levar à hipertensão arterial?

São vários os fatores de risco para a pressão alta. O histórico familiar, por exemplo, está entre eles. Yano lembra ainda a idade avançada. "A pressão arterial tende a aumentar com a idade. Outro fator de risco é o histórico familiar, ou seja, existe uma predisposição genética para que a pressão alta ocorra. Esses fatores são considerados não modificáveis".

Mas ainda mais importante são os fatores de risco que podem ser modificados pelo próprio indivíduo. Em caso de obesidade, reduzir o peso, deixar de ser tabagista, controlar o estresse, tratar doenças renais e adotar uma alimentação adequada fazem parte de um extensa lista.

Assim que a doença é diagnosticada, o paciente precisa adotar algumas mudanças na rotina e realizar o tratamento de acordo com o médico que o acompanha. Dependendo do risco de complicações e do grau do problema, ele pode incluir, além das mudanças no estilo de vida, alguns medicamentos para manter a pressão alta sob controle. 

Fique atento aos sintomas da pressão alta

Médico cardiologista e referência técnica da Gerência de Políticas e Organização de Redes de Atenção à Saúde (Geporas), da Secretaria da Saúde, Aldo Lugão de Carvalho, lembra que, na maioria das vezes, a pressão arterial é assintomática. Porém, nos casos em que está muito acima do limite, pode, sim, apresentar alguns sintomas.

"As pessoas podem sentir diversos tipos de sintomas como, dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal", disse Aldo. 

Crianças e adolescentes também podem ter hipertensão arterial

Poucas pessoas sabem, mas crianças e adolescentes podem ter pressão alta. Ela pode ser de causa primária ou secundária. A mais comum é a secundária, ou seja, a desencadeada por um problema preexistente ou uma outra doença.

No Estado, foi promulgada uma lei (Lei 11.779/2023) que obrigada a realização do Teste do Bracinho em crianças a partir dos 3 anos de idade. Essa obrigatoriedade é referente às consultas pediátricas realizadas na Rede Pública Estadual de Saúde. Ela consiste em aferir a pressão arterial para diagnosticar e prevenir a hipertensão arterial infantil, doenças cardíacas e complicações renais e de retina.

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Aprenda a prevenir

Não é preciso muito para prevenir ser surpreendido com um diagnóstico de hipertensão. Manter a prática regular de uma atividade física e se alimentar bem, incluindo nas refeições variedade de hortaliças, frutas e verduras são medidas práticas e bastante resolutivas. Ah, quanto menos sal, melhor! 

Inclusive, pacientes hipertensos devem consumir cerca 2 gramas de sal por dia. Alimentos processados e ultraprocessados devem ser evitados. Fazer o check-up periódico com um médico cardiologista da sua confiança também é fundamental para esse controle. 

Comece a se exercitar

Pacientes hipertensos, por exemplo, ao praticarem qualquer modalidade de exercício, claro que respeitando as individualidades e limites de cada um, colhem rápidos resultados, inclusive com a redução ou estabilização da pressão arterial, segundo a atleta e educadora física, Dani Borges.

"Durante a atividade física, um exercício físico, o que acontece no nosso corpo é uma produção maior de calor, e esse calor é eliminado pelo nosso organismo através do que a gente chama de vasodilatação, e perda de suor. Quando isso acontece, ajuda na redução da pressão arterial após o exercício".

E olha que nem precisa passar horas na esteira para colher os bons frutos. Bastam entre 20 a 30 minutos por dia para que um indivíduo perceba os benefícios da prática. Um outro ponto é que, conforme vai se adquirindo o hábito, a preguiça tão famosa por aí, vai perdendo espaço.

Dani lembra que quando associada a uma alimentação saudável, a rotina de atividades físicas torna esses resultados ainda mais expressivos. A combinação proporciona a redução de peso, por meio da queima de gordura, ajudando no controle do colesterol alto, que pode levar à hipertensão arterial.

"Eu recomendo que uma pessoa que está com o peso mais alto, comece com a atividade física que dê mais prazer. Que seja de fácil acesso, prática. E principalmente que goste de fazer. Às vezes uma pessoa não gosta de fazer uma atividade física, mas gosta de uma dança. Essa será a atividade dela. Conforme ganhar motivação, pode experimentar outras modalidades", finaliza a educadora física. 

Dicas de alimentação 

1. Evite pular as refeições. Faça pelo menos 3 por dia: café da manhã, almoço e jantar. Lanches saudáveis entre elas também são bem-vindos;

2. Varie nas porções de verduras e legumes;

3. Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. E nada de deixar a gordura nas carnes, hein. Sem elas, a refeição ficará bem mais saudável;

4. Reduza a quantidade de sal na comida;

5. Não deixe de lado o tradicional arroz com feijão. Ela é rica em proteínas e bons carboidratos. Também ajudam a manter a saciedade (fibras); 

6. Fuja dos alimentos processados e ultraprocessados: macarrão instantâneo, refrigerantes, salame, presunto e mortadela, por exemplo. Bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas e outras guloseimas não devem ser regra na sua alimentação; como regra da alimentação.

7. Por fim e nem por isso menos importante, cuide da sua hidratação: beba pelo menos dois litros (6 a 8 copos) de água por dia. Dê preferência, nos intervalos das refeições.

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