Saúde

Covid-19: Fumantes têm maior risco de desenvolver doença grave e morte pela doença. Entenda

O tabagismo é a maior causa de câncer evitável do mundo, responsável pela maioria dos casos de tumores no pulmão e grande parte dos acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais

Foto: Divulgação

O cigarro mata mais de 8 milhões de pessoas por ano e, em tempos de Covid-19, os dados se tornam ainda mais alarmantes. Estudos científicos publicados este ano mostram que os fumantes têm maior risco de desenvolver doença grave e morte pelo Novo Coronavírus do que não-fumantes.

Por esses e outros motivos, o Dia Mundial Sem Tabaco, que acontece nesta segunda-feira, dia 31 de maio, é duplamente importante para quem quer ou precisa parar de fumar agora. Uma decisão desafiadora, especialmente diante do atual momento de estresse social e econômico gerado pela pandemia.

Mas, esse cenário não pode ser um impeditivo, pois, de acordo com a oncologista, Camila de Oliveira, o resultado da continuidade do vício tende a ser ainda pior. 

“O tabagismo é a maior causa de câncer e morte evitável do mundo, responsável pela maioria dos casos de tumores no pulmão e grande parte dos acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. O cigarro também está associado ou é fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, assim como para muitas patologias buco-dentais”, afirma.

A pneumologista, Kristiane Moreira Soneghet, afirma que hoje é possível dizer que o tabagismo é um fator de risco para a Covid-19. “Devido a um possível comprometimento dos pulmões, os fumantes têm riscos maiores de desenvolver sintomas graves do Novo Coronavírus. O uso do tabaco causa vários tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, por isso, os fumantes têm maior risco de contrair infecções por vírus, bactérias e fungos”, ressalta a médica.

Os números do tabagismo no Brasil

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo e os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia são de mais de R$ 125 bilhões ao ano. São mais de 161 mil mortes anuais que poderiam ser evitadas. 

Em relação às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo, 37.686 correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 a doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC).

Dentre as mortes por cânceres de pulmão, pelo menos 80% são consequência do tabagismo. E esse percentual provavelmente é maior para o câncer de pulmão de pequenas células. 

Além disso, o tabagismo contribui para o desenvolvimento de vários tipos de câncer como leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traqueia, brônquios e pulmão.

Quais os benefícios de parar de fumar?

Os benefícios de parar de fumar são praticamente imediatos. Dentro de 20 minutos, o ritmo cardíaco e a pressão arterial baixam. Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue cai para o normal. De duas a 12 semanas, a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta.

Entre 1 e 9 meses, a tosse e a falta de ar diminuem. Em um ano, o risco de desenvolver uma doença coronariana cai pela metade (em relação a um fumante). Em cinco anos, o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido ao de um não-fumante – cinco a 15 anos após parar de fumar.

Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui. Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o mesmo de um não-fumante.

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