Saúde

ES quer vacinar população fora do grupo prioritário; expectativa é atender pessoas de 55 a 59 anos

Uma proposta discutida pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pode permitir vacinação da população levando em conta o critério por idade; objetivo é ampliar público-alvo para vacinar junto com o de comorbidades

Foto: Bernardo Portela/Ascom/Bio-Manguinhos

A expectativa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) é de que o Espírito Santo receba até 600 mil doses de imunizantes contra a covid-19 no mês de junho. O número pode ser alcançado com o retorno da produção por parte da Fiocruz e do Butantan, além da chegada de novas doses da Pfizer e a possibilidade de aprovação de outras vacinas. 

Se concretizada a chegada da quantidade, novos grupos etários podem ser incluídos na campanha de vacinação. Mas isso também vai depender da aprovação do Ministério da Saúde. 

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, uma proposta discutida pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pode iniciar a vacinação da população levando em conta o critério por idade, reservando uma porcentagem para a continuidade dos grupos prioritários.

"O Conselho propõe que se consolide uma atualização do cronograma para conciliar execução da vacinação somente pelo critério de idade, onde 70 a 80% das doses possam ser destinadas em faixas etárias, a uma vacinação aberta. Seria algo como de 55 a 59 anos, depois de 50 a 54 anos e, assim, sucessivamente, descendo nos ciclos etários, de maneira a alcançar a vacinação sem burocracia e com agilidade", afirmou.

Vacinação

As informações foram repassadas em coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (21), por Nésio Fernandes, e pelo subsecretário em Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin. 

De acordo com Reblin, todos os municípios já foram avisados para que se preparem para atender as demandas da vacinação para o próximo mês. 

"Temos a expectativa para junho da chegada entre 500 mil e 600 mil doses. Será um mês de muita vacinação. Houve reunião com os secretários municipais e já estão todos cientes que se preparem para a imunização em todo o estado do Espírito Santo", afirmou.

Segundo Nésio Fernandes, os municípios já estão preparando novas estratégias para a aplicação das doses, levando em consideração a disponibilidade de horário de trabalhadores.

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"Temos a expectativa de que a proposta da imunização da população aberta, pelo critério de idade seja aprovada, e dessa maneira, estratégias para que a classe trabalhadora possa receber a imunização nos períodos noturnos e aos finais de semana devem ser reforçadas pelos municípios. A orientação foi dada aos secretários municipais para que os trabalhadores que estão em atividade econômica ativa possam ter acesso facilitado e receber a imunização rápida, com estratégias complementares", disse.

O secretário afirmou, ainda, que se houver a aprovação, três tipos de imunização vão ocorrer ao mesmo tempo: do grupo de comorbidades, a vacinação aberta por idade e aplicação da D2 naqueles que receberam a Astrazeneca há três meses.

Com a possibilidade de distribuição de mais doses das vacinas da Pfizer em junho, 100% dos municípios deverão estar preparados para receber as doses e aplicá-las na população. A fabricante exige que as doses sejam armazenadas em uma temperatura abaixo dos outros laboratórios. Atualmente, apenas 14 cidades recebem o imunizante.

Veja a coletiva completa:

O Estado aguarda, ainda, a aprovação de vacinas de novas fabricantes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a indiana Covaxin e a russa Sputnik, que teve o primeiro pedido para uso emergencial negago pela agência.

Sputnik

O Instituto Gamaleya, da Rússia, anunciou que foi concluída nesta quinta-feira, 20, a produção do primeiro lote da vacina contra a covid-19 Sputnik V no Brasil. Fabricadas em planta da União Química em São Paulo, as doses serão exportadas a países da América Latina que já aprovaram o uso do imunizante, como Argentina e México.

A vacina russa ainda aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para seu uso no Brasil. Negado em um primeiro momento, o pedido para a administração em caráter emergencial foi questionado por técnicos do órgão, que alegaram dados insuficientes para a aprovação. Os desenvolvedores do imunizante negam qualquer problema na segurança da vacina.

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