Saúde

ES envia alerta sobre varíola dos macacos para serviços de saúde

No comunicado, a secretaria de Estado da Saúde faz recomendações de como os municípios devem proceder caso surjam possíveis casos da doença

Foto: REPRODUÇÃO/UKHSA

Os casos de varíola dos macacos em diversos países têm levado autoridades de saúde do mundo inteiro a adotarem medidas preventivas. O objetivo é impedir novas contaminações e conter o avanço da doença. No Espírito Santo não é diferente. Apesar de não haver nenhum caso no Brasil, a secretaria de Estado da Saúde (Sesa) adotou algumas medidas e esta semana enviou aos municípios capixabas um alerta

No alerta oficial, a pasta faz recomendações e orienta como os serviços de saúde devem proceder diante de alguém com sintomas suspeitos da doença.

"A gente tem uma estrutura dentro da vigilância, uma unidade que fica alerta para qualquer evento inusitado e inesperado em Saúde. Uma equipe que trabalha 24 horas. Disparamos para todos os serviços públicos e privados, uma orientação sobre a doença, quais os sintomas e o que fazer quando estiver diante de uma caso como este", explicou o subsecretário de saude do Estado, Luiz Carlos Reblin.

A doença é rara e, em geral, transmitida por via respiratória. Causada por um vírus, provoca sintomas como cansaço em excesso, dores musculares, além de feridas e bolhas na pele.

Especialistas pontuam que diante de qualquer sinal de infecção a pessoa busque ajuda médica para que seja tratada devidamente e impedindo, inclusive, a contaminação de outras pessoas.

Reblin afirma também que a população tem um papel muito importante para evitar a doença e deve ficar atenta às medidas de higiene como, lavar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel, e em ambiente fechados o uso de máscaras é recomendado.

"Nós sempre devemos nos preocupar no ponto de vista da saúde pública. O Brasil tem uma sala de monitoramento para a varíola dos macacos como foi para a covid. Está olhando para todos os pontos de entrada do país, que também estão alerta diante de qualquer suspeita", destacou.

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Varíola humana e dos macacos: sintomas, diferenças e semelhanças

Médicos avaliam que o poder de letalidade da varíola dos macacos é bem menor que a varíola humana. Inclusive, explicam que ela se manifesta de maneira mais branda. Apesar de serem transmitidas de modo semelhante, o contágio entre humanos também é mais difícil.

Os sintomas das duas doenças são bastante parecidos. Incluem cansaço extremo, febre, dores de garganta e musculares. Outra característica que trazem é o surgimento das bolhas sobre a pele. No caso da varíola do macaco, gânglios linfáticos costumam inchar. Eles funcionam como filtros para substâncias nocivas à saúde e contém células do sistema imunológico que ajudam no combate a infecções.

Os sintomas da doença costumam aparecer entre de 5 e 21 dias após o contato com o vírus. Os principais são:

- Dor nas costas;

- Dor no corpo;

- Cansaço excessivo;

- Febre;

- Dor de cabeça;

- Feridas e bolhas na pele.

LEIA MAIS: >> Vacina contra varíola humana protege contra a varíola do macaco? Entenda! 

Vacinação de rotina contra a varíola foi interrompida com a erradicação dos casos no Brasil

Os casos de varíola símia em vários países têm levado à incertezas e muitos questionamentos. Entre eles, se a vacina contra a varíola humana é eficaz contra a varíola do macaco.

Os últimos casos de varíola humana registrados no Brasil foram em 1971. Desde então, nenhum novo caso foi notificado no país.

Alguns anos mais tarde, já na década de 80, a doença foi erradicada. A Organização Mundial da Saúde (OMS), certificou a eliminação total da varíola após uma intensa campanha de vacinação global.

Desde a declaração de erradicação da varíola que vacinas contra a doença deixaram de ser aplicadas rotineiramente. Segundo informações divulgadas pelo Instituto Butantan, "a vacina contra a varíola é recomendada somente para pessoas que tenham um alto risco de exposição, tais como funcionários de laboratórios e de assistência à saúde que trabalham com o vírus da varíola ou materiais relacionados".

Foto: Reprodução

Tratamento e prevenção

Autoridades e estudiosos da área de saúde afirmam que não existe um tratamento comprovado e seguro para a infecção provocada pelo vírus da varíola símia e os sintomas costumam desaparecer espontaneamente.

Alguns medicamentos costumam ser usados. É o caso dos antivirais tecovirimat, cidofovir e brincidofovir.

A vacina tradicional contra a varíola "pode ser usada tanto na pré como na pós-exposição e é até 85% eficaz na prevenção da varíola", de acordo com a Agência da Segurança da Saúde do Reino Unido, onde sete casos foram detectados desde o início de maio.

"As pessoas vacinadas contra a varíola na infância podem apresentar uma doença mais branda", complementou o órgão.

Para evitar a doença, o principal é se afastar do vírus. Pessoas que estiverem viajando pelos países endêmicos precisam evitar o contato com animais doentes. É recomendado lavar sempre muito bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel. Também é fundamental manter-se afastado de pessoas infectadas.

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