Saúde

Hepatite misteriosa: como proteger as crianças da doença?

A doença atinge principalmente crianças de um mês a 16 anos. Pais devem ficar atentos aos sintomas e adotar alguns cuidados para evitar a a infecção

Foto: Unicef/ONU

Os casos de hepatite aguda infantil no Brasil têm deixado pais e médicos em alerta. Na última quarta-feira (11), o Ministério da Saúde informou que está monitorando 28 casos suspeitos da doença. Eles foram registrados em sete estados brasileiros: dois no Espírito Santo, quatro em Minas Gerais, três no Paraná, dois em Pernambuco, sete no Rio de Janeiro, dois em Santa Catarina e oito em São Paulo.

Em um comunicado, a pasta informou que os casos seguem em investigação e que os centros de informações estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar (Renaveh) têm monitorado possíveis alterações do perfil epidemiológico, assim como casos suspeitos da hepatite infantil.

Em meio a tantas incertezas do que pode estar provocando a doença nas crianças, pais e médicos apostam na prevenção para afastar o risco de infecção. Então, como evitar? Como os casos começaram?

Segundo a pediatra Roberta Fragoso, os casos de hepatite que acometeram as crianças até agora, em sua maioria, começaram com sintomas típicos de gastroenterite (diarreia, dor de barriga, náuseas, vômitos e mal-estar), evoluindo para quadros de icterícia (pele amarelada) ficando definido no curso da investigação o quadro de uma hepatite possivelmente infecciosa.

"A hipótese que vem sendo apresentada é que essa hepatite seja decorrente de um tipo de vírus chamado adenovírus. Esse mecanismo de como o vírus provoca essa injúria pode ser especificamente pelo próprio vírus, mediando essa inflamação e levando, então, a morte dessas células no fígado, que a gente chama de necrose hepática ou até com um mecanismo que seja imunologicamente mediado", explicou a médica.

Ainda de acordo com a especialista, os médicos estão atentos às recomendações e informações emitidas pelas comunidades internacionais, acompanhando de perto todos os dados epidemiológicos apresentados.

O que fazer para proteger as crianças?

Em primeiro lugar, é fundamental que os pais desconfiem de qualquer sinal que aponte para um possível quadro de hepatite. Em casos assim, a recomendação é para buscar atendimento médico imediatamente. Os mais importante é ficar atento aos sintomas:

Diarreia;
Vômito;
Icterícia (pele ou parte branca dos olhos amarelados);

Reforçar com as crianças e aprimorar os cuidados com a higiene básica dos bebês também pode ajudar a manter o problema afastado. Vale lembrar que o vírus fica alojado nas fezes e se propaga por meio de outros hospedeiros.

Portanto, lavar as mãos com frequência e de maneira correta afasta o risco de adoecer.

VEJA MAIS DICAS DE COMO REFORÇAR OS CUIDADOS BÁSICOS

- Lavar frutas, verduras e legumes em água corrente. Após isso, deixar de molho em uma solução com 1 colher (sopa) de água sanitária (2 a 2,5% de cloro ativo) para 1 litro de água. Em seguida, enxugar em água corrente;
- Lavar bem as mãos antes das refeições;
- Ingerir apenas água filtrada e fervida

Estados receberam comunicação de risco

No dia 24 de abril, os Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de todos os Estados do Brasil, e do Distrito Federal, receberam uma comunicação de risco da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. De acordo com o documento, nenhum vínculo com a vacina contra a covid-19.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), informou que a maioria das crianças relatadas com hepatite aguda não recebeu a vacina contra a covid. Em alguns casos, a presença do vírus SARS-CoV-2. Porém, essa seria mais um linha de pesquisa, entre outras, como por exemplo, a do adenovírus.

O que é um adenovírus?

O adenovírus é um vírus comum que pode levar a sintomas respiratórios ou vômito e diarreia. Na maioria das vezes, a infecção tem duração limitada e não costuma evoluir para quadros preocupantes. Casos raros de infecções graves por adenovírus que causaram hepatite foram relatados em pacientes imunocomprometidos ou pessoas submetidas a transplantes.

A questão é que as crianças que evoluíram de maneira negativa não se enquadram na descrição. Antes elas estavam saudáveis.

Por enquanto, a probabilidade maior é de que a doença tenha sido desencadeada por uma causa infecciosa, porém não foi estabelecido vínculo com alimentos tóxicos ou contaminados.

Como é feito o tratamento?

Ainda de acordo com informações divulgadas pela OPAS, o tratamento atual busca o alívio dos sintomas e a estabilização do paciente, em casos mais severos. As recomendações de tratamento deverão ser aprimoradas, assim que a origem da infecção for determinada.

Um detalhamento dos sintomas da doença pode ser encontrado no site da Opas.

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