Saúde

Asma é a doença respiratória que mais leva a internações no País

A asma é uma doença crônica, genética, incurável e persistente.

Foto: Divulgação

Por: Gabriela Lisbôa, do Portal R7

A asma é a doença respiratória que mais leva a internações no País, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisologia (SBPT). Em 2018, entre janeiro e junho foram registradas 40.504 internações – o equivalente a 223 internações por dia, segundo o DataSUS.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Bahia é o estado com o maior número de internações, 6.215 entre janeiro e junho deste ano. São Paulo vem logo depois, com 6.034 internações. O terceiro é Minas Gerais, com 4.282 internações.

O pneumologista Roberto Stirbulov, da Santa Casa de São Paulo, explica que não existem ainda explicações definitivas para o fato de esses três Estados sobressaírem. “Por enquanto, esta é uma constatação epidemiológica. Existem algumas hipóteses não confirmadas como etnia predominante e clima, mas nada definitivo ou confirmado”.

Dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que durante o ano de 2017 foram registradas 2.081 mortes por causa da asma e de complicações causadas pela doença em todo o Brasil. Pouco mais de 100 vítimas a mais que o registrado em 2016, quando 1.972 pessoas morreram por causa da doença.

As crises de falta de ar provocadas pela asma aguda grave – a forma mais complicada da doença – matou 287 pessoas no ano passado, dez a mais que no ano anterior. Somando o número de vítimas da asma e da asma aguda grave do ano passado, o total é de 2.368 – o que equivale a uma média de 6,4 mortes por dia, segundo a SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisologia).

De acordo a estimativa da SBPT, cerca de 20 milhões de brasileiros são asmáticos. Além do alto índice de mortalidade, a doença também é responsável por alto número de hospitalizações. De acordo com a SBPT, é a doença respiratória que mais leva pacientes aos hospitais.

Falta de adesão a tratamento eleva número de vítimas

A asma é uma doença crônica, genética, incurável e persistente. Isso significa que o asmático deve fazer o tratamento durante toda a vida para evitar crises graves de falta de ar.

A adesão dos pacientes ao tratamento é um grande desafio. De acordo com especialistas, é comum que o asmático pare de tomar a medicação quando deixa de ter crises de falta de ar, o que faz com que elas retornem com mais força.

De acordo com o pneumologista, quando um paciente começa o tratamento, a doença fica controlada, o que pode dar a falsa impressão de que o medicamento é desnecessário. “Quando o paciente faz um tratamento adequado, ele para ter crises, mas a asma ainda está lá, ela não foi curada. Então, se ele para de tomar a medicação, os sintomas voltam”, explica.

O pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diz que a falta de adesão ao tratamento é um problema a ser vencido na asma e em outras doenças crônicas. "Principalmente quando o paciente fica assintomático e vai ‘tentando’ diminuir a dose ou parar a medicação para ‘ver como fica'", afirma.

De acordo com Stirbulov, o problema atrapalha o tratamento de cerca de 10% dos pacientes. Ele acredita que os médicos precisam reforçar a importância da continuidade a cada consulta para conscientizar as pessoas.

“O paciente precisa ser orientado, ele precisa saber que o medicamento é de manutenção, usado para prevenir crises, evitar que elas aconteçam, não para acalmar a crise que está em curso”, explica.

Asma prejudica qualidade de vida do paciente

A falta de adesão ao tratamento, além de aumentar o número de internações e mortes causadas pela doença, também compromete a qualidade de vida do paciente.

Fiss explica que a doença tem grande não permite que o paciente tenha uma vida tranquila pois prejudica o sono e a realização de tarefas do dia-a-dia. “Asma não controlada implica em apresentar sintomas como falta de ar ou tosse que causam despertar noturno, dificuldade de realização de tarefas básicas e, dependendo da classificação da asma, idas frequentes ao pronto-socorro ou até internações”, destaca.

Para garantir qualidade de vida, além de seguir o tratamento, o paciente deve praticar algum tipo de atividade física. Stibulov destaca o número de atletas profissionais que deram os primeiros passos no esporte por causa da asma: “Cerca de 18% dos atletas da última olimpíada eram asmáticos antes de se tornarem esportistas. A atividade física para quem tem asma é fundamental porque ajuda a reduzir a inflamação no pulmão”, explica.

Se acordo com Stibulov, o recomendado é que o paciente pratique, pelo menos, 150 minutos de caminhada por semana.

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