Saúde

OMS: vacinação pode evitar até 3 milhões de mortes por ano

Dia Nacional de Imunização alerta sobre a importância de manter o calendário de vacinação em dia

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Cada fase da vida requer cuidados específicos, e as vacinas fazem parte do cuidado com a saúde.

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir doenças, salvando milhões de vidas todos os anos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 2 e 3 milhões de mortes são evitadas por ano no mundo devido à vacinação. A Sanofi Pasteur (desenvolvedora de vacinas) alerta sobre a importância da vacinação em todas as idades, neste 9 de junho, considerado o Dia Nacional de Imunização. 

Em parceria com o Ministério da Saúde e laboratórios públicos, a Sanofi Pasteur oferece vacinas para imunização dos brasileiros, entre elas contra a gripe, a raiva humana e a poliomielite.

Diferente do que muitos podem pensar, não são apenas crianças e idosos que precisam se vacinar. "A vacinação pode e deve estar presente durante todas as fases da vida, da primeira infância à senilidade, e isso inclui os adultos", diz a médica ocupacional Sheila Homsani. 

Importância da vacinação em diferentes fases da vida 

Recém-nascidos: Ao nascerem, os bebês ficam expostos a centenas de vírus e bactérias e o sistema imunológico deles ainda é imaturo e frágil, o que os deixa mais suscetíveis a doenças e infecções. Hepatite B, influenza e poliomielite são algumas enfermidades graves que impactam a saúde dos recém-nascidos e que podem ser prevenidas com vacinação.

Infância: Nesta fase, é importante que crianças de até dez anos de idade recebam o primeiro grupo de vacinas e as doses de reforço para evitar o aparecimento de doenças. Devido à maior exposição na escola, onde acontece o contato com um número maior de pessoas, e com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, as crianças podem estar mais propensas a contrair infecções e enfermidades. Difteria, coqueluche, tétano e influenza são algumas das doenças que podem ser evitadas se as crianças forem vacinadas de acordo com o calendário vacinal.

Adolescentes: Os adolescentes são o grupo com maior chance de ser afetado pelo vírus meningococo, que provoca a meningite meningocócica. A doença pode causar sequelas como perda de visão, audição e de membros e ser fatal. O reforço da vacina ocorre, inclusive, entre os 11 e 14 anos e pode reduzir o risco de transmissão da doença para outras pessoas não protegidas. É também nessa idade que pode ser administrada a vacina contra o HPV, vírus que pode causar câncer de colo do útero nas mulheres adultas.

Adultos: Protegidos, os adultos podem evitar a transmissão de doenças a seus familiares e colegas de trabalho. Outro ponto é que infecções tendem a piorar o quadro clínico de doenças crônicas. "Se um paciente com doença crônica, como doença cardiovascular ou diabete, é infectado com alguma doença que pode ser prevenida por vacina, ele pode ter seu quadro inicial agravado e uma descompensação ainda maior na saúde", alerta Sheila Homsani, que recomenda ainda mais atenção à imunização nesses casos.

Idosos: As doenças podem causar mais complicações e até serem letais em idosos, que possuem um organismo mais suscetível e debilitado do que as outras faixas etárias. Considerados parte do grupo prioritário em campanhas nacionais de vacinação, os idosos são, por exemplo, as principais vítimas da influenza. Além disso, a vacinação desse grupo é estratégica para a saúde pública, por permite aumentar a qualidade de vida dessa população.

Meningite ainda gera preocupação 

Outra doença grave que pode ser prevenida pela imunização, é a meningite bacteriana causada pela bactéria Neisseria Meningiditis. Hoje, o Brasil considera a meningite uma doença endêmica, com notificação de casos ao longo do ano. A doença é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por fungos, parasitas, vírus ou bactéria, que é mais grave. Os sintomas incluem náuseas, vômito, enrijecimento do pescoço, início súbito de febre, dor de cabeça e confusão mental, entre outros. 

A maior incidência da doença ocorre no grupo de crianças menores de cinco anos, mas os adolescentes também precisam de imunização, pois estão entre os principais transmissores da bactéria. 

A vacina contra esse sorogrupo (C) é disponibilizada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. O foco da imunização são adolescentes entre 11 e 12 anos, visto que, cerca de 20% dos jovens são portadores temporários da bactéria, e o adoecimento depende de vários fatores, como o seu sistema imunológico. 

“Mesmo que não adoeça, o adolescente pode transmitir para outras pessoas pela saliva, compartilhamento de copos, talheres, canudos, beijos e tosse”, como explica a médica ocupacional Dra. Sheila Homsani. “A vacinação contra meningite na adolescência protege tanto os integrantes dessa faixa etária quanto os mais novos e os mais velhos”, ela esclarece.

Ainda, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, em 2019 foram notificados 16.035 casos de meningite. Desses, 3227 (20%) foram nas regiões Norte e Nordeste.

A vacinação é considerada um dos melhores investimentos quando adotada como estratégia de saúde pública. O Calendário Nacional de Vacinação, parte do Programa Nacional de Imunização (PNI), contempla indivíduos de diversas idades, com 19 vacinas disponibilizadas na rotina de imunização. 

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