Saúde

Dia dos Namorados: saiba como funciona a química do amor e da paixão

Estar apaixonado libera hormônios e neurotransmissores que têm efeitos benéficos no humor, na felicidade e no relaxamento


Foto: Gabriel Bastelli

Ah, o amor! A sensação de um frio na barriga, a presença de borboletas no estômago e o sorriso estampado no rosto são as manifestações físicas mais comuns em alguém que está apaixonado.

Não é por acaso que é reservado todo o dia desta segunda-feira (12) para celebrar os sentimentos de amor e paixão: o Dia dos Namorados. Afinal, estar imerso nesses sentimentos traz benefícios para a saúde.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Segundo a psiquiatra Julia Trindade, membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), embora haja uma conexão entre as emoções, elas são sentimentos diferentes que desencadeiam funções distintas no cérebro. Ao liberar diversos hormônios e neurotransmissores, elas ativam funções orgânicas.

"A paixão é caracterizada por uma atração intensa, desejo ardente e forte impulso motivacional ao outro que não, necessariamente, precisa ser correspondido, ativando no cérebro as áreas de recompensa, como o núcleo accumbens, e liberando dopamina e noradrenalina, o que aumenta a frequência cardíaca, faz a pessoa suar e dilata as pupilas", explica.

A psiquiatra Jéssica Martani explica que a dopamina está relacionada às sensações de prazer e recompensa, enquanto a paixão libera a ocitocina, um hormônio associado aos vínculos sociais e à confiança.

Por outro lado, o amor, que envolve uma conexão emocional, intimidade e comprometimento, é uma experiência mais profunda e duradoura.

Embora ainda haja fatores neurobiológicos a serem compreendidos em relação a esse sentimento, Julia afirma que estudos sugerem que o amor romântico está relacionado à área do córtex pré-frontal, responsável pelos processamentos cognitivos e pela regulação das emoções.

As especialistas afirmam que se apaixonar traz inúmeros benefícios para a saúde daqueles que experimentam esse sentimento. Segundo Jéssica, estar apaixonado pode ter efeitos como:

- Bem-estar emocional: a paixão e o amor podem aumentar a sensação de felicidade, satisfação e contentamento;

- Redução do estresse: estar apaixonado pode diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e promover um estado de relaxamento;

- Fortalecimento do sistema imunológico: o amor e a intimidade podem estimular o sistema imunológico, tornando-o mais eficiente na defesa contra doenças. Além disso, o vínculo pode auxiliar o sistema na recuperação de doenças;

- Longevidade: alguns estudos, segundo Jéssica, sugerem que estar em um relacionamento amoroso saudável pode estar associado a uma maior expectativa de vida;

- Menor incidência de transtornos psiquiátricos: Jéssica afirma que dados epidemiológicos sugerem que estar em um relacionamento duradouro diminui a incidência de alguns transtornos psiquiátricos, como casos de depressão grave, e reduz o risco de suicídio; e

- Vínculos sociais: ter uma companhia aumenta a autoconfiança e diminui o isolamento.

Julia acrescenta que o sistema cardiovascular também é beneficiado, já que a excitação gerada pela paixão pode levar a um aumento na frequência cardíaca e a uma melhora na circulação sanguínea.

Além disso, a saúde mental também é favorecida, pois os neurotransmissores e hormônios liberados durante esse período aumentam as sensações de felicidade, alegria, segurança, pertencimento e bem-estar, melhorando o humor das pessoas apaixonadas.

Entre os responsáveis pelas sensações, as especialistas destacam os hormônios e neurotransmissores a seguir:

- Dopamina: a paixão inicial está associada a um aumento significativo nos níveis de dopamina, que desempenha um papel fundamental na motivação, recompensa e prazer;

- Ocitocina: a intimidade e o apego emocional estão relacionados à liberação de ocitocina, conhecida como o hormônio do amor. Responsável pela promoção dos sentimentos de confiança, empatia, vínculo social e afeto, esse hormônio promove a redução da ansiedade;

- Serotonina: a paixão também pode levar a um aumento nos níveis de serotonina, que está envolvida na regulação do humor e das emoções; e

- Adrenalina: durante a fase inicial da paixão, pode ocorrer um aumento na liberação de adrenalina, que está relacionada à excitação, à aceleração dos batimentos cardíacos e ao aumento da energia.

"A vasopressina é outro hormônio que desempenha um papel no estabelecimento de relações íntimas e na fidelidade. Sua liberação está relacionada ao apego duradouro e à formação de laços românticos estáveis. Já a excitação e a felicidade associadas à paixão podem levar à liberação de endorfinas, neurotransmissores que promovem sensações de bem-estar e alívio da dor. Isso pode resultar em melhorias no humor, aumento da energia e redução do estresse", aponta Julia.

*Com informações do Portal R7