Saúde

Colonoscopia: quem deve fazer e quais doenças o exame pode detectar?

Oncologista destaca a importância do exame para o diagnóstico do câncer colorretal. Ele é recomendado a partir dos 45-50 anos de idade

Foto: Divulgação

O câncer colorretal é o segundo tipo mais frequente entre homens e mulheres no Brasil, conforme apontam dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

Entretanto, é notável uma queda na taxa de mortalidade ao longo das últimas décadas, atribuída principalmente ao rastreamento, diagnóstico precoce e tratamentos mais eficazes disponíveis. 

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Nesse contexto, a colonoscopia destaca-se como um exame fundamental para detectar precocemente a doença.

Mas, o que é o exame? Como ele é feito? Para que serve? Quem deve fazer? Fomos atrás de uma série de perguntas e respostas para esclarecer as dúvidas para você.

Para começar, a médica oncologista, Jéssica Ribeiro, destaca a importância de exames preventivos.

“É recomendada a realização de colonoscopia a partir de 45-50 anos. Também pode ser feito o exame de sangue oculto nas fezes para pessoas acima de 50 anos. Trata-se de exame laboratorial relativamente simples e que pode ser solicitado pelo médico clínico”, pontuou.

O que é a colonoscopia e o que ela ajuda a detectar?

A colonoscopia é considerado um importante exame, por permitir a análise de todo o intestino grosso e a remoção ou biópsia de pólipos que possam estar localizados no órgão.

O exame é feito por meio de um equipamento chamado colonoscópico. A técnica é bastante parecida com a endoscopia digestiva (um tubo fino com uma câmera na ponta permite analisar as paredes do esôfago, estômago e duodeno). No caso da colonoscopia, o aparelho é um longo e fino tubo flexível também com uma microcâmera na extremidade, que permite filmar o interior do intestino.

Além do câncer colorretal, o exame auxilia na detecção de outras doenças. Veja quais:

1) Hemorróidas: podem ser externas ou internas. São veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam. O esforço repetido para evacuar, seja por intestino preso ou fezes endurecidas/ressecadas, pode dificultar o processo de drenagem do sangue e provocar a formação de hemorróidas.

2) Colite: é a inflamação do cólon (intestino grosso). Pode ser aguda ou crônica e provoca sintomas como: dor abdominal, gases e desidratação. Adoecido, o órgão pede a capacidade de absorção dos nutrientes.

3) Pólipos: caracteriza-se pelo crescimento desregulado da mucosa do intestino grosso. Ocorre em 15% a 20% da população. É uma das condições mais comuns que afeta o intestino.

4) Diverticulite: inflamação das pequenas pregas/sacos dos divertículos encontrados nas paredes do intestino. Costumam estar mais presentes em pessoas que fazem uma dieta pobre em fibras e também que apresentam prisão de ventre crônica.

5) Doença celíaca: trata-se de uma doença autoimune, crônica, onde os pacientes não toleram o glúten, presente em uma série de alimentos, entre eles: pães, torradas, biscoitos, bolos, cervejas e embutidos. O glúten é contrato em vários cereais: trigo, cevada e centeio.

6) Doença de Crohn: inflamatória, acomete todo o trato gastrointestinal que vai da boca ao ânus. Pode causar anemia, fadiga, diarréia e até perda de peso. Não tem cura, porém, quando tratada corretamente com medicamentos específicos seu avanço pode ser desacelerado.

O que pode contribuir para o desenvolvimento do câncer colorretal?

• Alimentação rica em gorduras e pobre em fibras;
• Tabagismo;
• Consumo frequente de bebida alcoólica;
• Idade acima de 50 anos;
• História de pólipos colorretais e de doenças inflamatórias do intestino.

Principais sintomas do câncer colorretal

• Mudanças no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre);
• Sangue nas fezes;
• Vontade frequente de ir ao banheiro, com sensação de evacuação incompleta;
• Dor ou desconforto abdominal, como gases ou cólicas;
• Perda de peso sem razão aparente;
• Cansaço, fraqueza e anemia.

Como reduzir os riscos de desenvolver a doença?

• Praticar atividade física regularmente e na maioria dos dias da semana;
• Alimentação rica em fibras (frutas, vegetais e grãos);
. Alimentação pobre em gorduras animais;
• Não fumar;
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
• Realizar exames anuais, após os 50 anos, para detecção precoce e tratamento de pólipos.

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