Saúde

Mãe recebe cobertor para cobrir os seios enquanto amamenta e campanha defende o aleitamento em público

Caso ocorreu em um voo entre San Francisco (EUA) e Amsterdã (Holanda). Companhia se manifestou dizendo 'que os passageiros precisavam respeitar pessoas de outras culturas'.

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Pexel
Mãe se negou a cobrir a filha e disse ter se sentido constrangida pela situação. Imagem ilustrativa.

O mês de agosto é um período de incentivo e defesa do aleitamento materno. No Brasil, as campanhas defendem o ato como primordial para a saúde da mãe e do bebê. Além disso, a amamentação também é vista como um laço de amor entre mãe e filho. Contudo, um caso que ocorreu em julho, durante um voo entre San Francisco (EUA) e Amsterdã (Holanda), deixou muitas pessoas indignadas.

Uma passageira que amamentava sua filha de 1 ano foi abordada pela comissária de bordo com um cobertor para que ela cobrisse os seios e a criança. Mas, a mãe se negou a cobrir a filha e postou um relato sobre o episódio em sua rede social, dizendo ter se sentido constrangida pela situação.

A companhia área também usou a redes sociais para se defender. Explicou ser permitido amamentar nos voos, mas que seria necessário, às vezes, pedir às mães que se cobrissem. A empresa se justificou dizendo ser uma política oficial da companhia aérea e “que os passageiros precisavam respeitar pessoas de outras culturas".

Por outro lado 

Na opinião do presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, o pediatra Moises Chencinski, nenhuma mãe é obrigada a cobrir os seios ou a criança ao amamentar em público. Esse é um direito da mãe e da criança que deve ser respeitado.

“Não precisa de uma lei para que uma mulher possa, no carnaval, sair fantasiada com muito menos roupa do que a que é utilizado pela mãe que amamenta, não precisa de uma lei quando uma mulher quer ir de fio dental na praia, isso é aceito culturalmente, o que não é aceito é que um bebê mame em qualquer lugar sem que a mãe esteja com o seio coberto, e na verdade quem observar essa mãe amamentando vê muito menos seio”, observa o pediatra.

“No Brasil, temos leis municipais e estaduais (ainda não temos uma lei federal) que punem quem constranger uma mãe que amamenta em público. Amamentação vai além da questão nutricional e imunológica. Amamentar é vínculo, é olho no olho, é pele a pele”, conclui o pediatra.

Recomendação da OMS 

A Organização Mundial da Saúde recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses. A organização traçou como meta, para 2025, aumentar em pelo menos 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.

Benefícios em amamentar 

Para a mulher, os benefícios são redução das chances de câncer de mama e ovário, prevenção de anemia, aumento da segurança acerca da maternidade e o favorecimento do emagrecimento.

Para o bebê, crescimento saudável, menos risco de obesidade, nutrição, prevenção de infecções e alergia, entre outros. 

Campanha 

A Sociedade de Pediatria de São Paulo promove este mês a Campanha Agosto Dourado - Juntos pela Amamentação, para incentivar o aleitamento materno. A ação irá abordar ainda o respeito ao trabalho da mulher e a equidade de gênero considerando melhores condições salariais, de modo que as mulheres possam contribuir de forma mais dinâmica na vida financeira da família e que o pai possa participar de forma mais efetiva nos cuidados da criança e da casa.

* Com informações da Agência Brasil 


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