CORONAVÍRUS

Saúde

Secretário de Saúde recomenda cautela sobre possível vacina para a covid-19

Nésio Fernandes destacou que, para a vacina ter sua eficácia reconhecida, é preciso uma série de testes, o que leva bastante tempo para ser concluído

Foto: Reprodução / Youtube

O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, recomendou cautela em relação à notícia de que a Rússia teria desenvolvido a primeira vacina do mundo contra o novo coronavírus. Em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira (11), o secretário lembrou que, para a vacina ter sua eficácia reconhecida oficialmente, é preciso uma série de testes, o que leva bastante tempo para ser concluído.

"É necessário passar por um conjunto de certificações, de validações, pelas autoridades sanitárias nacionais. Nós iremos acompanhar o Ministério da Saúde na avaliação e na adoção das respectivas soluções tecnológicas de vacina a serem disponibilizadas para o Brasil e o consumo interno", destacou.

Nésio Fernandes ressaltou ainda que, mesmo que a vacina tenha sua eficácia comprovada, ela não será disponibilizada imediatamente para o Brasil. "Quando um país desenvolve uma vacina, é necessário que essa vacina seja produzida e distribuída. Geralmente esses países primeiro distribuem para seus entes nacionais. Ela não é de disponibilidade imediata".

O anúncio de que a Rússia teria desenvolvido a primeira vacina contra a covid-19, batizada de Sputnik V, foi feito nesta terça-feira, pelo próprio presidente do país, Vladimir Putin. O presidente russo garantiu que até sua filha já tomou a vacina e que ela estará disponível a partir de janeiro do ano que vem. 

O Ministério da Saúde russo deu a aprovação regulatória para o produto, desenvolvido pelo Instituto Gamaleya de Moscou, após menos de dois meses de iniciados os testes em humanos. A decisão, no entanto, é questionada por muitos cientistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu "diretrizes claras" para o tratamento e o cumprimento dos protocolos e dos regulamentos em vigor.

Mesmo com todo o questionamento feito em torno da vacina, o governo do Paraná anunciou que vai assinar um convênio com a empresa estatal russa para produzir a Sputnik V — nome que faz referência ao primeiro satélite lançado ao espaço na história, pela então União Soviética, em 1957. A previsão é de que o acordo seja firmado nesta quarta-feira (12). De acordo com o governo, o acordo prevê que o Estado poderá fazer testes, produzir e também distribuir a vacina. 

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