Saúde

Amamentar reduz mortalidade e contribui para formar adultos com Q.I mais elevado. Entenda

Pesquisa da OMS revelou baixo número de bebês brasileiros que são alimentados com leite materno. Especialistas ressaltam que o alimento reduz risco da incidência de complicações em diferentes estágios da vida

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

A amamentação é um dos momentos mais importantes da vida de mãe e filho, já que o leite materno é o alimento mais completo que um bebê pode receber desde o seu nascimento. 

Apesar da importância, uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que apenas 39% dos bebês brasileiros de até 5 meses são alimentados somente com leite da mãe, a taxa é considerada abaixo do ideal. 

O médico patologista João Cremasco afirma que, além de proteger de doenças, o ato de amamentar traz efeitos que duram a vida toda. 

“O leite materno possui tudo o que o bebê precisa até os 6 meses de vida, inclusive água. Protege contra doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias. Entretanto, o que nem todos sabem é que ele promove benefícios a longo prazo como a diminuição do risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta. Já para as mães, reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio”, enfatiza Cremasco.

Redução da mortalidade e maior Q.I.

Uma pesquisa divulgada em 2020 pelo Ministério da Saúde destacou que o leite materno pode reduzir em 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças abaixo de 5 anos. 

Já um estudo da Universidade Federal de Pelotas, acompanhou um grupo de 5 mil pessoas desde o nascimento por um período de cerca de 30 anos, assim, puderam averiguar os efeitos de longo prazo do leite materno. 

O resultado, publicado no periódico The Lancet Global Health, foi que os bebês amamentados se tornaram adultos que melhores se saíam em testes de Q.I. na terceira década de vida. De acordo com Cremasco, a explicação é por conta dos nutrientes presentes no leite. 

“Em média, 80% do cérebro se desenvolve até os dois anos de idade. A amamentação fornece nutrientes como ácidos graxos, que são fundamentais nessa fase e contribuem para um melhor funcionamento do cérebro na vida adulta”, explica o patologista.

Agosto Dourado

Este mês foi escolhido para conscientizar e reforçar a importância do ato de amamentar. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. 

De acordo com a OMS e o Unicef, cerca de 6 milhões de vidas são salvas anualmente por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.

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