Saúde

Outubro Rosa: câncer de mama pode atingir até 66 mil mulheres em 2020

Ginecologista e parceira da Care Plus dá dicas de prevenção e comenta sobre como as mulheres podem identificar os primeiros sintomas

Foto: Divulgação

Fundado na década de 1990 como um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa tem o objetivo de compartilhar informações, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir, consequentemente, com a redução da taxa de mortalidade. 

Em 2020, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) lança o movimento de conscientização "Quanto antes melhor". A ideia é chamar a atenção das mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável no dia a dia, com a prática de atividades físicas e boa alimentação para evitar doenças, como o câncer de mama.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Estatísticas como essa reforçam como o cuidado com a saúde feminina deve ser olhado com atenção, principalmente neste momento em que o rastreamento e tratamento foram prejudicados pela pandemia de covid-19.

“De acordo com o Inca, são estimados 66.280 novos casos de câncer de mama para cada ano do triênio. Por isso, a importância do diagnóstico precoce diminui a redução da mortalidade e contribui com cirurgias mais conservadoras. O diagnóstico precoce do câncer de colo uterino, por exemplo, nos permite encontrar tumores iniciais e possibilita maior chance de cura, além de preservação da fertilidade em mulheres jovens”, explica Daniele Esteban, ginecologista do Instituto Paulista da Mulher e parceira da Care Plus.

O aumento desses índices revela ainda que, apesar de existir maior disposição ao desenvolvimento da doença entre mulheres com mais de 50 anos, no Brasil, há uma tendência de aumento da mortalidade por câncer de mama em mulheres de 20 a 49 anos.

“É importante que as mulheres estejam sempre atentas aos principais sintomas. Nódulo endurecido, fixo; pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações do mamilo; nódulo axilar; e saída de secreção papilar sanguinolenta estão entre os principais indícios. O fato de ser mulher, em si, já é um fator de risco para o câncer de mama. Além disso, raça branca, residir próxima a regiões industrializadas, primariedade após 30 anos, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, obesidade pós-menopausa, terapia hormonal prolongada e não controlada, antecedente pessoal e consumo de álcool. Em relação ao câncer uterino, está relacionado ao início precoce da atividade sexual e tabagismo”, complementa a doutora.

Como parte do processo de prevenção, Daniela recomenda o autoexame nas mamas, que deve ser realizado a partir dos 20 anos, de preferência no período pré-menstrual. “Para mulheres que não menstruam, a frequência ideal é uma vez ao mês. Já a mamografia pode ser realizada em diversas situações. A diagnóstica, quando se tem suspeita clínica, e a de rastreamento, que reduz a mortalidade entre 25 e 30% e deve ser iniciada aos 40 anos. Para o câncer de colo uterino, a prevenção primária está no uso de preservativo durante o ato sexual, prevenindo o contágio de HPV (tipos oncogênicos. A vacinação do HPV e a realização de exames preventivos (Papanicolau) também são um complemento desse processo”, finaliza.

O resultado que a campanha Outubro Rosa apresenta ao redor do mundo é um aliado das pesquisas científicas que, simultaneamente, buscam métodos menos invasivos para as modalidades de tratamento, assim como eficácia no tratamento local e sistêmico. Para que isso continue acontecendo, a doutora reforça a importância do tratamento precoce.

“O que eu recomendo a todas as mulheres é que não tenham medo de fazer a mamografia. O diagnóstico e tratamento precoce proporcionam cirurgias menos invasivas e aumentam muito a chance de cura”.

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