Saúde

Instituto Gnosis começa a gerenciar o Himaba nesta quarta-feira

Pacientes enfrentam problemas com marcação de consulta e atendimento no Hospital

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/ Sesa
A nova Organização Social foi contratada em processo emergencial pelo prazo de 180 dias.

A Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo (Sesa) informou que a partir desta quarta-feira (06), a organização social Instituto Gnosis passará a ser a responsável pelo gerenciamento dos serviços do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.

A nova gerência foi escolhida após o rompimento do contrato com o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), que fazia a administração do Himaba. Segundo a Sesa, a rescisão do contrato com o IGH aconteceu após inspeções realizadas pela Secretaria de Controle e Transparência (Secont), que apontou indícios de irregularidades na gestão. 

A nova Organização Social foi contratada em processo emergencial pelo prazo de 180 dias, até a realização do chamamento público definitivo.

Quanto à rescisão do contrato com Instituto de Gestão e Humanização (IGH), a Sesa esclarece que a 3ª Vara da Fazenda Pública concedeu liminar em favor do Estado, determinando o bloqueio de contas do IGH para assegurar o pagamento dos compromissos trabalhistas, que somam aproximadamente R$ 8,7 milhões. A Justiça autorizou a Sesa a pagar diretamente aos trabalhadores celetistas.

Problemas no atendimento 

A Sesa ressalta que todos os serviços do Himaba continuam funcionando normalmente. Contudo, algumas pessoas que aguardavam por cirurgias e consultas, alegam ter sido informadas que alguns procedimentos foram desmarcados em função da mudança da administração do hospital. 

A negativa em relação ao atendimento no Himaba para alguns pacientes é frequente há meses. Um exemplo é o caso de Yasmim Borges Dias, de 11 anos. Há três anos ela faz acompanhamento e tratamento no Himaba. Yasmim sofre de Déficit de Atenção, faz o uso do medicamento Ritalina e precisa se consultar com um neuropediatra mensalmente.

Segundo ela, desde o final do ano passado o hospital não tem dado condição de atendimento por causa da ausência de médicos neuropediatras. Além disso, Yasmim também não consegue consulta com o médico endocrinologista. "Os recepcionistas dizem que a agenda ainda não abriu. Dizem também para deixar o contato telefônico para marcar e avisar, mas isso nunca ocorre", questionou a mãe de Yasmim.

Segundo Camila, devido o impasse, Yasmim está sem o remédio (ritalina) e vem sofrendo dificuldades nas atividades diárias e escolares pela sua condição. "É só ir no hospital que as pessoas vão ver vários pais na fila reclamando da falta de atendimento. Não é só comigo ou com a Yasmim", disse Camila, que devido as condições atuais do hospital, teme não conseguir a consulta para a filha. 

A Sesa foi consultada e informou por meio de nota que "Himaba possui ambulatório com três neurologistas que atendem quatro vezes na semana, sendo segundas e terças-feiras às 13h30, quintas-feiras às 14h30 e sextas-feiras 13h".

Também informou que "por mês o ambulatório disponibiliza 93 atendimentos entre retornos e primeiras consultas, todo o processo de marcação é feito pelo Sistema de gerenciamento do Ministério da Saúde (SISREG), onde o primeiro atendimento é agendado pela unidade básica de saúde, já às consultas de retorno são agendadas exclusivamente por telefone".

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