Saúde

Baixa cobertura no ES: mais de 200 mil crianças e adolescentes não foram vacinadas contra HPV

Para os especialistas, a propagação de fake news e tabus sobre algumas vacinas são alguns dos motivos que afastam os pais e adolescentes dos postos de saúde

Foto: Foto: Agência Brasil

Mais de 200 mil crianças e adolescentes não foram vacinadas contra o HPV no Espírito Santo. É o que aponta os dados do Ministério da Saúde. De acordo com especialistas, manter a carteirinha de vacinação dessa faixa etária em dia tem se tornado mais difícil. 

Por meio do Programa Nacional de Imunizações, o Ministério da Saúde oferece sete vacinações aos adolescentes. As vacinas são para hepatite B, DT (contra difteria e tétano), febre amarela, tríplice viral, (contra sarampo, caxumba e rubéola), HPV, pneumocócica (contra meningites) e meningocócica.

A adolescente Fabiana dos Santos, de 14 anos, fica atenta às doses de imunização para se proteger das doenças. Ela faz questão de pesquisar na internet sobre cada uma delas. "É importante para gente se prevenir".

O Mairone Candeia, de 15 anos, também faz parte do grupo que está com a carteirinha de vacinação em dia. Graças à mãe, Roseane Candeia, que está sempre de olho nas vacinas do filho. Para ela, muitos pais e adolescentes não têm o mesmo rigor quando o assunto é saúde. 

"A gente está sempre em cima porque é muito importante para manter a saúde. Tem várias pessoas que não se preocupam em manter a caderneta atualizada", disse. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, desde 2006, os indicadores de vacinação estão apresentando queda no Brasil. A situação se agravou durante a pandemia do coronavírus. 

Entre os adolescentes, a vacina que mais falta nas cadernetas, segundo as autoridades da saúde, é a da HPV. Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que mais de 200 mil adolescentes não se imunizaram contra a doença.

Segundo a Coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo, a queda tem sido observada nos últimos meses. "Neste ano, devido a pandemia do novo coronavírus, nós tivemos queda na cobertura vacinal. Todas as imunizações do calendário de vacinas tiveram queda, principalmente aquelas dedicadas ao público adolescente", explica. 

Para a pediatra do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Ana Goretti, a propagação de fake news e tabus sobre algumas vacinas são alguns dos motivos que afastam os jovens dos postos de saúde.

"Esse é um problema que atinge muitos países no mundo. Os adolescentes se acham inatingíveis, eles acham que não vai adoecer. Quando eles buscam o serviço de saúde, precisam ser questionados sobre a atualização da caderneta e orientados sobre a importância da vacina", destacou. 

Preocupado com todas as doenças, Antônio Luiz dos Santos, pai da Maria Clara, de 15 anos, não vê a hora de preencher o vazio que aparece na caderneta da filha. Ele contou que chegou a procurar o posto de saúde de Vila Garrido, bairro onde mora em Vila Velha, em busca das imunizações, mas enfrentou problemas. 

Em nota, a Prefeitura de Vila Velha explicou que as servidoras da sala de vacinação da Unidade de Saúde de Vila Garrido estão afastadas por covid-19. Para que não haja descontinuidade no atendimento, os pacientes estão sendo encaminhados para a nova unidade de Vila Batista, bairro vizinho. 

*Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV. 





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