Saúde

Morte de grávidas e puérperas por covid-19 cresceu mais de 200%

Dados do Observatório Obstétrico mostram que 1.926 gestantes e mulheres que tiveram filhos recentemente morreram da doença no país

Foto: Unplash

Os dados são do Observatório Obstétrico Brasileiro. Se comparados aos números do ano passado, houve um aumento de 217% no número de grávidas e puérperas - mulheres que tiveram filhos de 45 a 60 dias - mortas devido à covid-19 no país. 

Com bases nos dados do SIVEP-Gripe (Banco de Dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave), disponibilizado pelo Ministério da Saúde, desde o começo da pandemia 1.926 gestantes e puérperas foram a óbito pela infecção do SARs-CoV-2. 

Sendo que 1.465 mortes foram registradas este ano e 461, em 2020, o que representa que as perdas mais de triplicaram no Brasil. O documento destaca que a letalidade da doença em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave era de 7,3% em 2020 e saltou 14,3% em 2021. 

Desde o começo da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas que morreram por Covid-19 não tiveram acesso a UTIs e 32,4% não foram intubadas.

Assim, entre março de 2020 até a última atualização, são 18.534 casos de SRAG confirmados por covid-19 e 1.926 óbitos, o que representa 11,6% dos casos finalizados.

Além disso, há outros 13.920 de registros com 369 mortes entre gestantes e puérperas por SRAG não especificada, que podem ser também episódios de SARS-CoV-2.

O relatório traz, ainda, informações sobre a vacinação desse grupo específico. Segundo dados do DataSUS (departamento de informática que centraliza informações do Sistema Único de Saúde) até ontem, foram aplicadas 1.706.528 doses em gestantes e puérperas, com 729.267 completamente imunizadas.

Mais de 900 crianças com até 2 anos de idade morreram da doença no país

Dados de brasileiros até os 2 anos de idade também são registrados pelo Observatório e desde março do ano passado, quando começou a pandemia no Brasil, foram registrados 12.048 casos de SRAG confirmados por Covid nessa faixa etária, sendo 973 mortes.

Um destaque preocupando do relatório é a alta concentração de óbitos nos primeiros meses de vida do bebê: 56,2% das mortes registradas foram até no terceiro mês de vida, o que representa 547 óbitos.

Dessas vítimas, 30,8% não foram encaminhados para UTI e 38,3% não passaram por intubação, recursos importantes nessas situações.

Se considerarmos todos os casos de SRAG nesse público infantil, foram 33.466 registros e 1.725 mortes em 2020. Neste ano, são 55.873 casos e 1.420 óbitos. Em 2019 (ano anterior à pandemia) foram 19.142 casos de SRAG e 576 mortes nessa faixa etária.

Em 2020, a porcentagem de desconhecimento do agente causador da SRAG é de 77,8% e essa porcentagem é de 72,7% em 2021. Em 2019, 58% dos casos não tinham registro da causa de SRAG.

Entre os casos de agente conhecido, o novo coronavírus responde a 73,1% dos registros em 2020 e 43,4% em 2021. O restante fica por conta dos vírus que tradicionalmente afetam as crianças pequenas, como o adenovírus.

*Com informações do Portal R7

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