Saúde

Videogame: Entenda o que acontece no seu cérebro quando você joga demais

Neurocientista comenta sobre as alterações comportamentais e físicas que ocorrem no cérebro quando há excesso do uso de videogames.

Foto: Reprodução/Pexels

De acordo com estudos do NPD Group, uma empresa que realiza pesquisas de mercado global, 9 em cada 10 crianças jogam videogames. A popularidade dos aparelhos de games é notável desde a sua criação. 

Não são raros os relatos de pessoas que passam horas em frente às telas dos jogos. O problema é que muitos estudiosos acreditam que o excesso de games antes dos 21 ou 22 anos podem causar alterações no cérebro.

“Pesquisadores na China realizaram ressonância magnética no cérebro de 18 estudantes que passavam cerca de 10 horas por dia jogando e puderam perceber que eles apresentavam menos massa cinzenta do que outras pessoas que passavam menos de 2 horas por dia online”, relata o neurocientista, phd e biólogo Fabiano de Abreu. 

De acordo com o especialista, na década de 90, os cientistas também alertavam para o risco de subdesenvolver regiões do cérebro que são responsáveis pelo comportamento, emoção e aprendizagem, já que os games estimulam a visão e o movimento.

Diversão ou vício?

No entanto, apesar das evidências científicas de possíveis prejuízos com o excesso de jogos, é difícil definir o limite entre a diversão e o vício. 

“Os jogos têm qualidades viciantes. O nosso cérebro está programado para ansiar por gratificação instantânea, ritmo acelerado e imprevisibilidade. Todas essas características podem ser adquiridas no videogame”, detalha o neurocientista.

Quando se afasta uma pessoa ‘viciada em jogos’ dos videogames, ela pode apresentar mudanças notáveis de comportamento como se fossem crises de abstinência, podendo chegar até a agressão. 

Videogames também trazem benefícios para o cérebro. Equilíbrio é fundamental

Apesar dos riscos, o especialista afirma que os jogos virtuais também trazem benefícios e podem ajudar a estimular algumas áreas do cérebro positivamente. 

“Mas, nem tudo é ruim. Os videogames podem ajudar o cérebro de várias maneiras, como aprimorar a percepção visual, a capacidade de alternar entre tarefas e melhorar processamento de informações”, defende Fabiano de Abreu.

Para ele, o importante é encontrar um equilíbrio. "Os jogos promovem habilidades úteis, com certeza, mas, se exercidas excessivamente, também podem se tornar problemas", afirmou.

"Quando as crianças ficam tão acostumadas a realizar multitarefas e processar grandes quantidades de informações simultaneamente, elas podem ter problemas para se concentrar em uma palestra em um ambiente de sala de aula”, exemplifica o especialista.
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