Imagem: Freepik
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A síndrome do olho seco, antes considerada um problema restrito a idosos ou pessoas com doenças específicas, tornou-se uma das queixas oculares mais frequentes nos consultórios de oftalmologia.

O uso intenso de computadores e celulares, ambientes climatizados e rotinas cada vez mais digitais transformaram o olho seco em uma verdadeira “doença moderna”. Especialistas alertam que o número de casos cresce de forma contínua, principalmente entre mulheres e pessoas na faixa dos 25 aos 45 anos.

O que é olhos secos

A condição ocorre quando há redução da quantidade ou da qualidade da lágrima, levando a:

  • Sintomas como ardência;
  • Sensação de areia;
  • Visão embaçada;
  • Vermelhidão;
  • Fadiga ocular.

Hoje vemos pacientes jovens com sintomas que antes eram típicos de pessoas acima dos 60 anos. Isso porque, durante o uso prolongado de telas, o piscar diminui até 60%, o que faz a lágrima evaporar mais rápido. A combinação com ar-condicionado, ventiladores e baixa umidade agrava ainda mais o problema.

Impactos da condição

O impacto na qualidade de vida é significativo. Estudos mostram que o olho seco está associado a queda de produtividade no trabalho, dificuldade de leitura prolongada, desconforto durante a direção e até sintomas emocionais, como irritabilidade e baixa concentração.

Muitos pacientes relatam que o incômodo é constante e se intensifica ao longo do dia. Em casos graves, a inflamação pode comprometer a superfície ocular e aumentar o risco de infecções.

Tratamentos e diagnósticos

Nos últimos anos, novos tratamentos tornaram o manejo da doença mais eficaz. Além das tradicionais lágrimas artificiais, a oftalmologia conta agora com opções mais avançadas, como osmoprotectores, anti-inflamatórios específicos e a terapia com luz pulsada, indicada para pacientes com disfunção das glândulas de Meibômio — causa comum do olho seco evaporativo.

O diagnóstico também evoluiu, com equipamentos capazes de mapear a qualidade da lágrima e identificar precocemente alterações nas glândulas responsáveis pela lubrificação.

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Apesar dos avanços, especialistas reforçam que a prevenção ainda é fundamental. Ajustes simples ajudam a reduzir o risco: fazer pausas nas telas a cada 20 minutos, piscar conscientemente, evitar direcionar o ar-condicionado para o rosto, manter boa hidratação e buscar avaliação oftalmológica ao menor sinal de desconforto.

O olho seco não deve ser normalizado. É uma condição tratável, e o cuidado precoce evita que o problema se torne crônico. Com a vida cada vez mais digital, a atenção à saúde ocular se torna indispensável para preservar o conforto e a visão no longo prazo.

Dra. Flávia Sardenberg

Oftalmologista

Médica oftalmologista especialista em Retina (Residência Médica Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro). Especialista em Retina pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e Hospital de Olhos de Minas Gerais.

Médica oftalmologista especialista em Retina (Residência Médica Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro). Especialista em Retina pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e Hospital de Olhos de Minas Gerais.