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Preparado para ser atendido por um robô com Inteligência Artificial (I.A.)?

O médico Alberto Büge Stein, cirurgião do aparelho digestivo, pós-graduando em “Surgical Leadership”, pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos, explica para a coluna as mudanças que vão acontecer com o uso da Inteligência Artificial nos hospitais e grandes centros médicos.

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Mudanças próximas

A china anunciou no fim do mês de março o seu primeiro hospital controlado por inteligência artificial com capacidade de atender até 10.000 pacientes por mês, o que demoraria dois anos para os humanos atenderem. Mas calma, esse hospital ainda trata pacientes virtuais, onde médicos reais e estudantes de Medicina podem ser treinados, simulando todos os passos de um tratamento real, mas agora com o auxilio da I.A.

Ao tratar de pacientes virtuais, com auxílio da Inteligência Artificial, são testadas as hipóteses de diagnóstico e tratamento para cada paciente no ambiente virtual, sem riscos para o paciente real. Caso funcione, a linha de cuidado pode ser aplicada aos pacientes reais.

Hoje, já utilizamos diariamente inteligência artificial no dia a dia da prática médica, como por exemplo, os grampeadores modernos das cirurgias minimamente invasivas (vídeo ou robótica) que já fazem a leitura automática dos tecidos a serem cortados e calibram o tamanho e força dos grampos a serem aplicados.

As imagens de raio X, tomografias e até fotos de câncer de pele já podem ser analisadas por Inteligência Artificial, especialmente por deep learning, e predizer a probabilidade de haver um câncer na imagem.

Modelos de inteligência já analisam todo o histórico de visitas e exames médicos de toda a vida do paciente e podem sugerir interações medicamentosas perigosas, disparar alarmes aos médicos quanto a alergia a algum medicamento ou princípio ativo, e até sugerir exames de rastreio de câncer baseado na história familiar.

A incorporação dessas tecnologias ao mundo da saúde é inevitável e em uma velocidade nunca vista antes. Muitas especialidades médicas terão suas atividades substituídas parcial ou totalmente pela automação, como é o caso da radiologia, mas outras surgirão, como o especialista médico em I.A.

Várias questões ainda necessitam de evolução, como a legislação, fonte pagadora, de quem é a responsabilidade civil e criminal por um atendimento por I.A dentre outros.

A evolução tecnológica é inevitável e seus potenciais benefícios à saúde não são virtuais, são mais palpáveis do que nunca. Cabe a nossa geração fazer uma transição, na qual o ser humano deve ser o centro do processo e a tecnologia uma aliada fundamental.