
Uma operação envolvendo escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma ambulância e profissionais de dois hospitais foi montada na madrugada desta segunda-feira (20) para transportar um fígado e dois rins e salvar as vidas de três pacientes em hospitais da Grande Vitória.
Os órgãos viajaram por terra por 221 km, do Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, Norte do Espírito Santo, até o Hospital Meridional, em Cariacica, região Metropolitana de Vitória.
O cirurgião Paulo Henrique Oliveira de Souza, responsável pela captação dos órgãos, explicou que o doador é um homem de 38 anos, vítima de um acidente de moto.
Assim que o paciente foi identificado como potencial doador, o hospital de São Mateus notificou o Núcleo Especial de Captação de Órgãos (Neco) da Secretaria da Saúde (Sesa).
“Eles viram na fila quem era a equipe que receberia esse órgão, contactaram nossa equipe e juntos ajustamos a logística para trazer os órgãos”, detalhou o médico.
A operação de transplante do fígado foi realizada na manhã desta segunda-feira (20), no Hospital Meridional de Cariacica, e os rins seguiram para o Hospital Evangélico, em Vila Velha.
O cirurgião esclareceu que a administração do tempo é muito importante em situações como essa.
“Para cada órgão tem um tempo de transporte máximo. E se a gente fosse esperar o dia amanhecer, ia estourar esse tempo. Teve que ser transporte terrestre. E como era noite e estava chovendo bastante em São Mateus, a PRF fez a escolta, para otimizar o tempo e a segurança do transporte”, pontuou.
O PRF Maurício Belshoff acrescentou que o transporte terrestre foi necessário devido às condições climáticas. O tempo de transporte por terra foi de 2 horas e 40 minutos.
“Em tempo fechado como estamos esta semana, o helicóptero não tem teto para subir, pois ele precisa de visibilidade. E por ser uma rodovia federal, geralmente somos acionados e fazemos esse transporte de carro. Nós vamos abrindo o trânsito, fechando as vias. Se necessário, a gente trava toda a rodovia, porque a prioridade é para que o órgão passe. Mas ontem foi realizado à noite, então que não tinha muito trânsito”, detalhou o policial.

Ambos os profissionais envolvidos na operação relataram que o trabalho é gratificante.
“É um transporte pela vida. Você traz vida a quem mais necessita em algum momento bem desesperador, difícil para a pessoa. É uma satisfação muito grande para a gente poder fazer parte de uma operação como essa. Essa é mais uma operação valiosa para a PRF”, registrou Belshoff.
“Apesar do cansaço da noite não dormida, é um trabalho que traz uma satisfação muito grande”, registrou o médico.