
Manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo, em Vitória, na manhã deste sábado (31), contra o rol taxativo que pode limitar o acesso a tratamentos terapêuticos por crianças autistas. As manifestações estão ocorrendo por todo o Brasil neste fim de semana.
O rol taxativo em votação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) determina que os planos de saúde só serão obrigados a fornecer os tratamentos e procedimentos listados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A votação que seria na próxima quinta-feira (05) foi adiada para agosto.
Caso aprovado, os planos de saúde poderão deixar de cobrir, por exemplo, sessões de terapias de crianças autistas em ambientes naturais, como em casa, na escola e em espaços públicos. Ativistas da causa autista afirmam que o método tem comprovação científica.
Crianças com autismo costumam ter sensibilidade a ambientes barulhentos. Os tratamentos em ambientes naturais podem contribuir para que o paciente se adapte a esses espaços como shoppings, parques, escolas, entre outros.
Atualmente, a cobertura deste atendimento pelo plano é ilimitada e definido pelo médico que acompanha a criança autista. O profissional pode definir a quantidade de horas necessárias para o tratamento, que podem ser divididas em atendimentos em ambientes clínico e naturais.
Segundo Barbara Campos, presidente da organização Força Azul, que atua na defesa da causa autista, o rol taxativo deve limitar a cobertura dos planos de saúde ao tratamento em ambiente clínico.
O rol taxativo, solicitado pelos planos de saúde, vai reduzir o atendimento dos planos em escolas e domicílios. Vai reduzir a quantidade de terapias, argumentou Barbara, que é psicopedagoga.
A advogada Luciana Batistone explica que a votação do STJ irá firmar uma tese e que os tribunais irão decidir sobre o tema a partir dela.
“Atualmente, os pais conseguem esses tratamentos através de liminar, mas se aprovarem o rol taxativo, os pais não vão conseguir nem judicializar”, explica Barbara.
Segundo a advogada, a aprovação do rol taxativo iria baratear os custos para os planos de saúde ao cobrir apenas atendimentos em clínicas.
“O objetivo é retirar o direito de fazer terapias em casa e nas escolas, pois passariam a ser exclusivamente em ambiente clínico. Isso prejudica as crianças e barateia o custo para os planos de saúde”, afirmou Luciana.
Veja um vídeo da manifestação:
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos