Saúde bucal e geral: os perigos do açúcar em excesso Saúde bucal e geral: os perigos do açúcar em excesso Saúde bucal e geral: os perigos do açúcar em excesso Saúde bucal e geral: os perigos do açúcar em excesso
Açúcar não causa só carie
Foto: Freepik

Durante muito tempo, o açúcar foi visto como o grande vilão dos dentes — e com razão. Desde cedo, aprendemos que doces em excesso contribuem para o aparecimento de cáries, e que “comer bala e não escovar os dentes” é receita certa para dor e tratamentos odontológicos evitáveis. Mas hoje, sabemos que o problema é ainda maior.

O açúcar em excesso não afeta apenas os dentes — ele pode trazer consequências graves para o corpo inteiro.

Impactos do açúcar na saúde

É verdade: o açúcar contribui, sim, para o surgimento das chamadas lesões cariosas. Isso porque ele é metabolizado e fermentado pelas bactérias que vivem naturalmente na boca, aumentando a produção de ácidos que atacam o esmalte dental. Mas reduzir o açúcar não é mais apenas uma “recomendação de dentista” — é uma questão de saúde pública.

O consumo exagerado de açúcar está diretamente ligado ao aumento de casos de diabetes tipo 2, uma condição que, além de impactar o organismo como um todo, tem efeitos importantes sobre a saúde bucal.

Pessoas com diabetes mal controlado têm maior risco de desenvolver doença periodontal — uma inflamação nas gengivas que pode evoluir para perda óssea e, consequentemente, perda dos dentes.

Mas não para por aí. Quando as gengivas sangram com frequência, abrem-se “portas” invisíveis na nossa boca por onde bactérias perigosas podem entrar na corrente sanguínea. Esse processo pode contribuir para o desenvolvimento de outras doenças inflamatórias no corpo, como doenças cardiovasculares, problemas renais e até complicações em gestantes.

Açúcar pode estar relacionado ao câncer?

Mais recentemente, estudos vêm mostrando que o consumo crônico e excessivo de açúcar também pode estar relacionado a diversos tipos de câncer, demências, alterações metabólicas e até à aceleração do envelhecimento celular.

Ou seja, não é só o sorriso que sofre — é o corpo todo.

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O açúcar não é um inimigo, mas é preciso ter cuidado

Claro, o açúcar em si não precisa ser tratado como um inimigo absoluto.

Mas ele deve ser consumido com muito mais consciência. Evitar refrigerantes, sucos industrializados, bolachas recheadas, guloseimas e alimentos ultraprocessados já é um grande passo. E mais do que isso: educar o paladar desde a infância para preferir alimentos naturais e menos doces é um presente para toda a vida.

Em resumo: cuidar da alimentação é cuidar da boca, do coração, do cérebro e do futuro. Reduzir o açúcar não é uma moda, nem exagero — é uma atitude inteligente de quem quer viver bem, com saúde, por muito mais tempo.

Dra. Daniela Feu

Colunista

Cirurgiã Dentista Graduada em Odontologia pela UFES. Especialista em Ortodontia pela UERJ. Mestre e Doutora em Ortodontista (UERJ). Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Diretora do Colégio de Diplomados do BBO. Editora associada da Revista Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) e editora da Revista Clinical Orthodontics. @dani_feu

Cirurgiã Dentista Graduada em Odontologia pela UFES. Especialista em Ortodontia pela UERJ. Mestre e Doutora em Ortodontista (UERJ). Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Diretora do Colégio de Diplomados do BBO. Editora associada da Revista Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) e editora da Revista Clinical Orthodontics. @dani_feu