Saúde

Saúde da criança: como evitar problemas de visão nas férias escolares

O tempo seco e o uso excessivo de telas pode prejudicar a saúde visual

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saúde visual nas férias escolares
Imagem: Freepik

As férias escolares de julho são um dos momentos mais aguardados pelas crianças. Apesar de não contarem com o calor, brincadeiras nas piscinas ou praias, características típicas do verão, o que não falta são atividades para fazer nos dias livres de inverno.

Entretanto, por acontecerem em uma época mais fria do ano, as férias demandam cuidados, que vão além da gripe e das infecções. A saúde visual das crianças também precisa de atenção.

Cuidados com os olhos no inverno

O oftalmologista Guilherme Fracalossi, Centro Capixaba de Olhos (CColhos), recomenda que os pais estimulem atividades ao ar livre, que ajudam no desenvolvimento visual e na prevenção da miopia, mas acrescenta: a proteção é essencial.

Mesmo em dias nublados, é importante proteger os olhos com bonés, chapéus e óculos escuros com proteção adequada.

E não é só isso. Para aquelas crianças que passam as férias em casa, o especialista explica que é fundamental controlar o tempo de uso de telas e garantir boa iluminação durante a leitura.

Cuidado redobrado com o uso de telas

Ainda sobre as telas, o uso excessivo é altamente prejudicial para os olhos dos pequenos. Segundo Guilherme Fracalossi, um dos problemas que pode ser desenvolvido é a síndrome da visão do computador, que inclui fadiga ocular, olhos secos, visão borrada e dor de cabeça.

Além disso, há um aumento significativo na prevalência de miopia infantil em crianças que passam muito tempo em ambientes fechados e nas telas. Em casos extremos, o uso contínuo e sem pausas pode levar a alterações posturais, distúrbios do sono e impactos no desenvolvimento social e cognitivo.

E é nessas horas que impor limites é essencial. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda que crianças de até 2 anos evitem totalmente o uso de telas. De 2 a 5 anos, o uso deve ser limitado a, no máximo, 1 hora por dia, sempre com supervisão. Para crianças maiores, o ideal é até 2 horas por dia, com intervalos a cada 20-30 minutos.

“Também é importante manter distância adequada da tela, evitar uso no escuro e estimular pausas com atividades fora do ambiente digital. O equilíbrio é fundamental para preservar a saúde visual”, orienta Fracalossi.

Alerta para as conjuntivites

As conjuntivites também merecem atenção nesta época do ano, já que se tornam mais frequente, principalmente as virais, devido à maior circulação de pessoas em ambientes fechados.

O tempo seco e a baixa umidade também favorecem sintomas de olho seco, coceira e ardência. Em crianças alérgicas, as conjuntivites alérgicas também podem se intensificar, especialmente em locais com muita poeira ou contato com animais.

Fique atento ao comportamento da criança

Para o oftalmologista as férias são uma oportunidade excelente para os pais observarem com mais calma o comportamento visual dos filhos e perceberem sinais que podem indicar problemas de visão.

Alguns sinais destacados por ele são:

  • Apertar os olhos;
  • Aproximar-se demais da TV;
  • Lacrimejamento;
  • Queixar-se de dor de cabeça
  • Evitar atividades que exigem visão de perto ou de longe.

“Estes sinais podem indicar a presença de um problema ocular, como erro refrativo (miopia, hipermetropia ou astigmatismo), estrabismo ou ambliopia (olho preguiçoso). Ao notar qualquer um desses sinais, é fundamental procurar um oftalmopediatra, oftalmologista especializado em crianças”, finalizou Fracalossi.

Oftalmologista Guilherme Fracalossi
Oftalmologista Guilherme Fracalossi
Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.