
As investigações sobre o surto de infecção respiratória entre funcionários e posteriormente, acompanhantes de pacientes do Hospital Santa Rita, em Vitória, continuam em andamento. Atualmente são 69 casos suspeitos, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) nesta terça-feira (28).
A Sesa informou que o aumento no número de notificações ocorreu após a publicação da nota técnica conjunta em 26 de outubro, que determinou o registro de todos os casos suspeitos no sistema e-SUS VS.
Todos os registros estão sendo revisados e classificados conforme os critérios técnicos definidos na nota.
Número total de casos suspeitos
De acordo com as informações da Sesa, dos 69 casos suspeitos, a maior parte é de funcionários do próprio hospital, com 46 casos. Veja a lista completa:
- Casos investigados em funcionários: 46
Casos investigados em pacientes: 8
Casos investigados em acompanhantes: 9
Casos investigados sem informação: 6 - Internações em UTI: 5
Internações em enfermaria: 16
Funcionários internados: 10
Pacientes internados: 8
Acompanhantes internados: 3
Definição e notificação de casos suspeitos
As autoridades estabeleceram na nota técnica alguns critérios para a definição de casos suspeitos para orientar o fluxo de notificação. Com isso, um paciente se enquadrará como caso suspeito se tiver vínculo epidemiológico com o Hospital Santa Rita após o dia 20 de setembro de 2025 e apresentar:
1. Febre e pelo menos dois dos seguintes sintomas: mialgia, cefaleia ou tosse. Mas este paciente não pode apresentar dor de garganta, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos; ou
2. Febre e alteração radiológica, e pelo menos um dos seguintes sintomas: mialgia, cefaleia ou tosse.
De acordo com a Sesa, todo caso que se encaixe nesta definição deverá ser notificado em até 24 horas no sistema eSUS-VS, incluindo o vínculo com o Hospital Santa Rita, sintomas, exames realizados e outros dados relevantes.
Pacientes continuam realizando tratamentos
Segundo o diretor clínico do Hospital, Luiz Augusto Fagundes Filho, as unidades ambulatoriais estão funcionando e nesta terça-feira (28) pacientes realizaram tratamentos de radioterapia e quimioterapia no setor oncológico.
As nossas unidades ambulatoriais estão funcionando, os pacientes estão indo fazer radioterapia, quimioterapia, hoje fiz ambulatório no SUS, atendi pacientes. Alguns faltaram, a gente fica preocupado, então tem o entendimento de que as unidades estão funcionando. A gente tomou todas as medidas possíveis para proteger a população e os nossos profissionais.”
Luiz Augusto Fagundes Filho, diretor clínico do Hospital Santa Rita
Sem registro de transmissão entre pessoas
A origem do surto ainda não foi identificada e testes são realizados. Segundo o secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, os indícios descartam a transmissão entre pessoas.
“Esses funcionários do hospital, durante o período em que os sintomas estavam mais leves, antes de serem hospitalizados, conviveram em casa com seus familiares, e não temos nenhum relato de qualquer familiar que tenha sido contagiado”, afirmou.
No momento, equipes técnicas da Sesa e do Ministério da Saúde realizam análises e monitoramento da ala de internação identificada como epicentro da contaminação, assim como do centro cirúrgico, que fica ao lado desse espaço.
Essas áreas continuam interditadas para que as equipes continuem os estudos para identificar a causa da contaminação.
Segundo Luiz Carlos Reblin, superintendente estadual do Ministério da Saúde, existem estudos coordenados para evitar outros eventos como este.
“O Ministério, junto com a Sesa e o município, agem de maneira coordenada, fazem análises dessas informações, e buscam indicar em que momento essa contaminação aconteceu, quem adoeceu e medidas para evitar outros episódios desta natureza”, disse.
Um parecer técnico do Ministério da Saúde deve ser publicado até o fim desta semana. A Fiocruz realiza análises do meio ambiente do hospital, como ar-condicionado e água, para verificar se existe algum elemento que possa ter causado as infecções.
Segundo a direção do hospital, o uso de máscaras fora das alas afetadas é opcional.
*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record