
Tosse, dificuldade para respirar e febre alta, estão entre os sintomas do surto de infecção respiratória entre funcionários e, posteriormente, acompanhantes e pacientes do Hospital Santa Rita, em Vitória. Segundo o próprio hospital, todos apresentaram “alterações radiológicas sugestivas de pneumonia”.
Até a noite desta quarta-feira (29), o número de casos suspeitos havia subido para 88, segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
De acordo com a nota técnica enviada a todos os hospitais do Estado, os casos são considerados suspeitos se o paciente tiver vínculo epidemiológico com o Hospital Santa Rita após o dia 20 de setembro de 2025 e apresentar um dos quadros sintomáticos:
Quadro 1: febre e pelo menos dois dos seguintes sintomas: mialgia, cefaleia ou tosse.
Quadro 2: febre e alteração radiológica, e pelo menos um dos seguintes sintomas: mialgia, cefaleia ou tosse.
Caso o paciente apresente dor de garganta, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos, a relação com a contaminação é desconsiderada.
Aumento no número de casos
No boletim mais recente divulgado pela Sesa, nesta quarta-feira (29), o número de casos relacionados chega a 88, sendo 63 entre funcionários. Confira a lista de casos:
- Casos investigados em funcionários: 63
Casos investigados em pacientes: 10
Casos investigados em acompanhantes: 15 - Internações em UTI: 5
Internações em enfermaria: 15
Funcionários internados: 10
Pacientes internados: 8
Acompanhantes internados: 2
De acordo com a Sesa, o aumento no número de notificações ocorreu após a publicação da nota técnica conjunta em 26 de outubro, que determinou o registro de todos os casos suspeitos no sistema e-SUS VS.
Suspeita de causa ambiental
A principal suspeita é que o surto tenha um causador ambiental, ou seja, uma contaminação na água, em um filtro de ar-condicionado ou em alguma área frequentada pelos contaminados.
Cerca de 300 patógenos – microrganismos que causam doenças em seres vivos – estão sendo testados. O coronavírus, as Influenzas A e B (gripe) e boa parte dos vírus já foram descartados como possíveis causas. Segundo o secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, os indícios descartam a transmissão entre pessoas.
Continuamos sem nenhum caso vindo de qualquer outra ala do hospital e também continuamos sem nenhum caso de transmissões entre pessoas. Ou seja, todas as pessoas que sofreram a contaminação estiveram na mesma ala do hospital no período determinado.”
Tyago Hoffmann, secretário estadual de Saúde
A expectativa é que até o final desta semana o causador da contaminação seja identificado. O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen) está realizando as testagens com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Hospital segue funcionando
Até o momento, apenas uma ala de internação, epicentro da contaminação, e um centro cirúrgico, ao lado, foram temporariamente fechados. No momento, equipes técnicas da Sesa e do Ministério da Saúde realizam análises e monitoramento nestes locais.
Um parecer técnico do Ministério da Saúde deve ser publicado até o fim desta semana.
Nenhum procedimento ou cirurgia foi cancelado e os atendimentos ambulatórios seguem o fluxo normalmente, afirmou o diretor clínico do Hospital, Luiz Augusto Fagundes Filho, em entrevista à TV Vitória/TV Record.
“As nossas unidades ambulatoriais estão funcionando, os pacientes estão indo fazer radioterapia, quimioterapia, hoje fiz ambulatório no SUS, atendi pacientes. Alguns faltaram, a gente fica preocupado, então tem o entendimento de que as unidades estão funcionando. A gente tomou todas as medidas possíveis para proteger a população e os nossos profissionais.”