Como lidar com as suas emoções e manter a calma durante a birra da criança?

Foto de Psi. Renata Bedran
Psi. Renata Bedran

Toda criança faz pirraça e com isso, a gente pode acabar perdendo a paciência e tendo vontade de gritar e até bater (que sabemos que não é uma opção). Uma criança chorando, gritando e esperneando tira a gente do sério. Nessas situações, o melhor a se fazer é manter a calma e lembrar que as crianças não fazem “birra” para nos desafiar. Crianças de até 5 anos expressam a raiva com o corpo, por isso esperneiam, chutam, se jogam no chão. Não é falta de educação e nem “cena”. É a forma que elas têm de se expressar. As crianças não nascem prontas, elas precisam de ajuda para desenvolver sua maturidade emocional.

Na hora da birra, não adianta tentarmos conversar com a criança, gritar, ou pedir que ela pare. Aliás, o grito só vai piorar o estado desequilibrado que a criança se encontra.

Aqui vão algumas dicas para lidar com a pirraça:

– Essa é a pior hora para conversar ou ensinar alguma coisa para o seu filho. Nesse momento a criança não tem abertura para absorver nada. É como uma pessoa que está se afogando, quando isso acontece, você simplesmente salva a pessoa, e depois conversa com ela que antes de entrar na piscina ou no mar, ela deve aprender a nadar.

– Durante a birra, a pior coisa a se fazer é gritar com a criança ou ameaçar com algum castigo. Você só dará motivos para aquela crise aumentar.

– Se estiver em local público e ficar constrangido(a) pelo comportamento do seu filho, procure ir para um local menos movimentado, fique a sós com ele, acolhendo e validando seus sentimentos dele. Assim, você ajuda a criança a identificar o que está sentindo e dá segurança para que ela entenda aquele sentimento. Ex: Filho, você queria muito aquele brinquedo né, é muito ruim quando queremos alguma coisa e não podemos ter. Eu também fico triste quando não consigo comprar algo. Você quer um abraço?

– Em situações de descontrole em casa, sugira ao seu filho a irem para um cantinho especial de se acalmar. Vocês dois podem montar esse cantinho, com muitas almofadas e brinquedos/coisas que seu filho goste. É importante frisar que o cantinho especial da calma não é cantinho do pensamento.

– Se você não estiver bem, avise à criança de que precisa de alguns minutos sozinha para se acalmar e diga que depois volta para conversarem.

Nosso papel como pais, se queremos ensinar as crianças a lidarem com suas emoções, é de ajudá-las a se acalmar e se preciso, protegê-las para não se machucarem. Somente quando a criança volta ao seu estado normal, é que ela poderá aprender algo sobre o que se passou, e aí sim, você conversa sobre os motivos que desencadearam a explosão emocional (o que pode, o que não pode, o que é preciso fazer).

À medida que ajudamos e ensinamos as crianças como podem se acalmar, com o tempo elas serão capazes de se acalmarem por elas mesmas. Aí está um legado maravilhoso para toda a vida.

Foto de Psi. Renata Bedran

Psi. Renata Bedran

Psicóloga Clínica e Educadora Parental em Disciplina Positiva. Certificada em Disciplina Positiva pela DPA-USA. Graduada em publicidade e marketing pela Emerson College, Boston, USA. Pós graduada em Psicologia Hospitalar e Pós graduada em Educação Positiva. Trabalha orientando os pais de crianças da primeira infância em como educar os filhos com respeito e empatia. Atua também como psicóloga infantil. @psi.renatabedran