Refluxo: confira algumas dicas para evitar a doença

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Dr. Paulo Henrique O. de Souza

A doença do refluxo gastroesofágico é um distúrbio muito presente em nosso meio e afeta cerca de 10 a 20% da população adulta. Essas taxas são crescentes nos dias atuais, devido aos avanços nos métodos diagnósticos e, sobretudo, ao estilo de vida moderno que faz aumentar a prevalência da doença, por aumento no consumo de alimentos industrializados, avanço progressivo da obesidade e do stress

Os principais sintomas da doença são azia, que é a sensação de queimação atrás do peito, e regurgitação, que é a percepção de que um líquido está retornando para a garganta. Muitas vezes, sintomas como tosse seca, rouquidão, pigarro e infecções de garganta podem se manifestar em conjunto.

Todas essas manifestações clínicas podem ser compreendidas devido à presença do conteúdo ácido do estômago, que por vários motivos, passam a entrar em contato com o esôfago, que por sua vez não está preparado para suportar todo o nível da acidez gástrica. Assim, surgem os sintomas, que embora sejam justificadas por esse mecanismo, podem ser piorados também por fatores psicológicos, como a ansiedade.

Quem sofre da doença do refluxo e quem quer evitá-la pode adotar medidas simples para amenizar os sintomas.

Confira algumas orientações:

– Evitar se deitar após 2 horas das refeições;
– Evitar ingerir líquidos durante as refeições:
– Evitar refeições muito volumosas;
– Dormir com a cabeceira elevada;
– Evitar excesso de certos alimentos como pimenta, café, chocolate, bebidas alcoólicas, hortelã;
– Parar de fumar;
– Perder peso.

Para o sucesso do tratamento é fundamental que o paciente observe atentamente essas recomendações, além de utilizar algumas medicações, cujo mecanismo é diminuir a acidez do liquido do estômago.

Alguns pacientes podem necessitar de cirurgia para melhorar os sintomas e reduzir a necessidade de uso contínuo de medicações. A cirurgia pode ser indicada, ainda, em pacientes que têm problemas anatômicos, como hérnias de hiato, em que parte do estômago se desloca para o tórax.

As diferentes formas de tratamento devem ser discutidas pelo médico com o paciente, que optarão para a forma que melhor se adequa àquele caso. O fundamental é que o paciente seja acompanhado por um médico, que além de determinar o diagnóstico e o tratamento, poderá afastar outras possibilidades diagnósticas e complicações da doença.

O tratamento do refluxo, portanto, abrange medidas medicamentosas e às vezes até cirúrgicas. Como toda doença crônica, no entanto, exige que o paciente faça modificações de dieta e de comportamento permanentes para que as medidas terapêuticas tenham mais sucesso.

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Dr. Paulo Henrique O. de Souza

Médico. Cirurgião bariátrico e cirurgião do aparelho digestivo. Mestre em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professor Adjunto do Departamento de Clínica Cirúrgica da UFES. Supervisor do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral da UFES. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO). @dr.paulohenriquesouza