Entenda o que é o bruxismo
Imagem: Freepik

“Estou ouvindo muita gente dizer que está com bruxismo. Será que eu também estou?” Essa é uma das perguntas mais frequentes nos consultórios e nas rodas de conversa entre profissionais hoje em dia.

A verdade é que nunca se falou tanto sobre bruxismo — e com razão. A rotina acelerada, o aumento dos níveis de estresse e a vida cada vez mais conectada e exigente estão fazendo com que esse problema se torne mais comum do que imaginamos.

Mas antes de achar que todo desconforto na mandíbula é bruxismo, vale entender o que está por trás desse comportamento e como ele pode se manifestar.

O que pode causar o bruxismo

O bruxismo é um distúrbio multifatorial — ou seja, tem várias possíveis causas e diversas vezes pode ter mais de uma causa envolvida.

Entre as mais frequentes estão:

  1. Estresse e ansiedade: são os principais gatilhos. A tensão acumulada durante o dia pode se expressar à noite, em forma de apertamento ou ranger dos dentes.
  2. Uso de estimulantes: café em excesso, bebidas energéticas e até certos medicamentos podem aumentar a atividade muscular involuntária.
  3. Cigarro e vapes: a nicotina estimula o sistema nervoso central e pode favorecer o apertamento.
  4. Álcool: o consumo regular ou noturno altera o sono e aumenta a atividade muscular involuntária.
  5. Problemas respiratórios: quem tem obstrução nasal ou apneia do sono tende a fazer maior esforço para respirar e pode propiciar o bruxismo.
  6. Refluxo gástrico: o ácido que chega à boca durante o sono irrita a mucosa e pode desencadear movimentos compensatórios da mandíbula.
  7. Origem hereditaria.

Sintomas que podem indicar o problema

Muita gente associa o bruxismo apenas ao “ranger de dentes” durante o sono, mas ele pode se manifestar de formas mais sutis — e até silenciosas.
Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dores na face ou na mandíbula ao acordar;
  • Sensação de tensão nos músculos da mastigação;
  • Cefaleias (dores de cabeça), especialmente na região das têmporas;
  • Desgaste dos dentes ou aumento da sensibilidade dentária;
  • Dores no pescoço, nos ombros ou sensação de travamento ao abrir a boca.

Mas o bruxismo nem sempre dá sinais evidentes. Muitas pessoas só descobrem que têm o hábito de apertar ou ranger os dentes quando surgem desgastes, fraturas em restaurações, retrações gengivais ou crises de dor na articulação.

É por isso que o diagnóstico precoce é tão importante.

Por que é importante procurar ajuda

Nem toda dor na face é bruxismo — e nem todo bruxismo é igual.
Há quem tenha episódios leves e passageiros, e há quem desenvolva formas mais intensas que afetam músculos, dentes e articulações.

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Por isso, se você apresenta algum desses sintomas ou tem dúvidas, o ideal é procurar um dentista de confiança para investigar a causa real. O diagnóstico clínico, muitas vezes aliado a exames complementares, é o que permite definir o melhor caminho de tratamento.

Prevenir é melhor — e mais inteligente

Controlar o estresse, cuidar da qualidade do sono, evitar estimulantes em excesso e fazer acompanhamento odontológico regular são atitudes simples que fazem toda diferença.

No caso do bruxismo, prevenir é sempre mais fácil, mais barato e mais inteligente do que tratar as consequências. Cuidar antes de doer é o verdadeiro segredo para preservar não só os dentes, mas também o equilíbrio do corpo e da mente.

Dra. Daniela Feu

Cirurgiã-Dentista

Cirurgiã Dentista Graduada em Odontologia pela UFES. Especialista em Ortodontia pela UERJ. Mestre e Doutora em Ortodontista (UERJ). Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Diretora do Colégio de Diplomados do BBO. Editora associada da Revista Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) e editora da Revista Clinical Orthodontics. @dani_feu

Cirurgiã Dentista Graduada em Odontologia pela UFES. Especialista em Ortodontia pela UERJ. Mestre e Doutora em Ortodontista (UERJ). Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Diretora do Colégio de Diplomados do BBO. Editora associada da Revista Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) e editora da Revista Clinical Orthodontics. @dani_feu