
“Estou ouvindo muita gente dizer que está com bruxismo. Será que eu também estou?” Essa é uma das perguntas mais frequentes nos consultórios e nas rodas de conversa entre profissionais hoje em dia.
A verdade é que nunca se falou tanto sobre bruxismo — e com razão. A rotina acelerada, o aumento dos níveis de estresse e a vida cada vez mais conectada e exigente estão fazendo com que esse problema se torne mais comum do que imaginamos.
Mas antes de achar que todo desconforto na mandíbula é bruxismo, vale entender o que está por trás desse comportamento e como ele pode se manifestar.
O que pode causar o bruxismo
O bruxismo é um distúrbio multifatorial — ou seja, tem várias possíveis causas e diversas vezes pode ter mais de uma causa envolvida.
Entre as mais frequentes estão:
- Estresse e ansiedade: são os principais gatilhos. A tensão acumulada durante o dia pode se expressar à noite, em forma de apertamento ou ranger dos dentes.
- Uso de estimulantes: café em excesso, bebidas energéticas e até certos medicamentos podem aumentar a atividade muscular involuntária.
- Cigarro e vapes: a nicotina estimula o sistema nervoso central e pode favorecer o apertamento.
- Álcool: o consumo regular ou noturno altera o sono e aumenta a atividade muscular involuntária.
- Problemas respiratórios: quem tem obstrução nasal ou apneia do sono tende a fazer maior esforço para respirar e pode propiciar o bruxismo.
- Refluxo gástrico: o ácido que chega à boca durante o sono irrita a mucosa e pode desencadear movimentos compensatórios da mandíbula.
- Origem hereditaria.
Sintomas que podem indicar o problema
Muita gente associa o bruxismo apenas ao “ranger de dentes” durante o sono, mas ele pode se manifestar de formas mais sutis — e até silenciosas.
Os sintomas mais comuns incluem:
- Dores na face ou na mandíbula ao acordar;
- Sensação de tensão nos músculos da mastigação;
- Cefaleias (dores de cabeça), especialmente na região das têmporas;
- Desgaste dos dentes ou aumento da sensibilidade dentária;
- Dores no pescoço, nos ombros ou sensação de travamento ao abrir a boca.
Mas o bruxismo nem sempre dá sinais evidentes. Muitas pessoas só descobrem que têm o hábito de apertar ou ranger os dentes quando surgem desgastes, fraturas em restaurações, retrações gengivais ou crises de dor na articulação.
É por isso que o diagnóstico precoce é tão importante.
Por que é importante procurar ajuda
Nem toda dor na face é bruxismo — e nem todo bruxismo é igual.
Há quem tenha episódios leves e passageiros, e há quem desenvolva formas mais intensas que afetam músculos, dentes e articulações.
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Por isso, se você apresenta algum desses sintomas ou tem dúvidas, o ideal é procurar um dentista de confiança para investigar a causa real. O diagnóstico clínico, muitas vezes aliado a exames complementares, é o que permite definir o melhor caminho de tratamento.
Prevenir é melhor — e mais inteligente
Controlar o estresse, cuidar da qualidade do sono, evitar estimulantes em excesso e fazer acompanhamento odontológico regular são atitudes simples que fazem toda diferença.
No caso do bruxismo, prevenir é sempre mais fácil, mais barato e mais inteligente do que tratar as consequências. Cuidar antes de doer é o verdadeiro segredo para preservar não só os dentes, mas também o equilíbrio do corpo e da mente.