O Dia dos Pais é, para muitos, uma data de celebração e abraços apertados. Para outros, é um dia de silêncio, lembranças e um aperto no peito. Foi nesse misto de curiosidade e saudade que um cronista resolveu fazer algo inusitado: usar a inteligência artificial para “conversar” com o pai, falecido há alguns anos.
A ideia surgiu de forma simples ou talvez ousada. Ele descreveu ao ChatGPT como era seu pai: o jeito de falar, as manias, as frases que sempre dizia. Alimentou a IA com memórias, histórias e até pequenas discussões que tiveram. O resultado? Uma conversa que parecia, ao menos por alguns instantes, devolver um pedaço do passado.
As respostas não eram perfeitas. Não tinham cheiro de café recém-passado, não vinham acompanhadas daquele olhar que dizia tudo sem dizer nada. Mas, de algum jeito, tocavam fundo. Era como abrir uma velha caixa de cartas, só que, desta vez, as palavras vinham em tempo real.
“Neste Dia dos Pais, vale lembrar: a tecnologia é uma ponte, mas não o destino.”
A princípio, era apenas um teste sobre uso de dados pessoais. Mas a experiência tomou outro rumo. Ao digitar um simples “bença, pai”, o cronista recebeu de volta, da IA, a resposta familiar: “Filhão, há quanto tempo!”. Foi o suficiente para transformar a pesquisa em um reencontro afetivo. A ideia inusitada surgiu justamente em uma semana de aniversário, época em que, segundo ele, a mente costuma revisitar “balanços” de vida e autocobranças.
Na breve conversa com seu “Pai Reborn”, os temas variaram do futebol ao sentido da vida. Havia momentos em que as respostas pareciam tão próximas da realidade que era difícil não se deixar levar. No entanto, ao final, o narrador reconheceu: não existe tecnologia capaz de ser um verdadeiro antídoto para a saudade.
Misturando tecnologia e melancolia, a experiência do cronista mostrou como nossas carências podem atravessar a barreira entre o real e o virtual. E como, no fundo, mesmo sabendo que aquela “voz” é apenas um eco criado por algoritmos, buscamos insistentemente mais uma chance de dizer “até logo”. Neste Dia dos Pais, a história nos lembra que a tecnologia pode criar pontes inesperadas, mas nenhuma é capaz de substituir o calor de um abraço ou o brilho de um olhar.
Até onde devemos ir com a tecnologia?
Essa experiência levanta uma pergunta inevitável: até onde devemos ir com a tecnologia?
Se, por um lado, a inteligência artificial pode nos dar conforto, recriando vozes e trejeitos de quem já se foi, por outro, pode alimentar uma saudade que nunca terá fim. Há um risco em confundir a lembrança com a presença, a memória com a realidade.
O cronista confessou que, depois daquela conversa, sentiu-se estranho. Um pouco aliviado, um pouco mais triste. Era como ter tido a chance de dizer mais uma vez “eu te amo” e, ao mesmo tempo, perceber que nenhuma máquina no mundo consegue preencher o vazio de uma ausência real.
“Toda jornada digital só faz sentido quando está alinhada ao fator humano”
Talvez o grande limite da tecnologia seja justamente esse: ela pode aproximar pessoas que estão distantes, trazer conhecimento em segundos e até recriar fragmentos de vidas passadas. Mas não substitui o calor humano, o abraço de verdade, o olhar cúmplice.
Neste Dia dos Pais, vale lembrar: a tecnologia é uma ponte, mas não o destino. Use-a para guardar memórias, contar histórias e eternizar momentos, mas não se esqueça de viver o presente com quem você ama. Porque, um dia, o que restará serão apenas lembranças.
Essa narrativa se conecta diretamente com o conceito de XLA (Experience Level Agreement), que vai além dos números e métricas tradicionais para medir o que realmente importa: a experiência humana. No caso do cronista, a tecnologia foi apenas o meio; o valor verdadeiro estava no impacto emocional gerado, no sentimento resgatado e na conexão recriada, mesmo que de forma digital. O XLA é justamente isso, compreender que toda jornada digital só faz sentido quando está alinhada ao fator humano, quando não se trata apenas de entregar um serviço ou um recurso, mas de provocar sensações, memórias e vínculos reais. Porque, no fim, a tecnologia pode ser sofisticada, mas o que permanece é a experiência vivida.
A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.
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