
O futebol mudou. Não é mais apenas sobre talento, instinto e “leitura de jogo”. Hoje, treinar e jogar em alto rendimento exige inteligência baseada em dados, sensores que captam tudo nos mínimos detalhes, softwares que analisam cada segundo e equipes multidisciplinares que transformam informação em performance.
Treinadores, analistas, preparadores físicos e profissionais de todo o staff vivem uma nova era: a da tecnologia aplicada ao futebol. E quem não acompanha, fica para trás.
Vamos conhecer as tecnologias que estão moldando o futebol brasileiro e europeu, dos jogos do Flamengo e Palmeiras aos treinamentos de Manchester City, Real Madrid, Bayern de Munique e muitos outros.
GPS, Wearables e Sensores Biométricos: a revolução da performance

Os coletes GPS, aqueles pretos bem ajustados que se tornaram presentes em treinos e jogos, abrigam sensores de alta precisão desenvolvidos por empresas como Catapult, STATSports, Wimu Pro, Kinexon e Impacts. Esses dispositivos combinam GPS de 10Hz a 18Hz, acelerômetros triaxiais, giroscópios, magnetômetros, além de sensores cardíacos que operam em tempo real. Esses sistemas permitem uma leitura minuciosa do corpo do atleta, entregando métricas como:
- Velocidade máxima e média com precisão centimétrica
- Distância total percorrida e distância em alta velocidade
- Número de sprints, intensidade e duração das ações explosivas
- Acelerações e desacelerações bruscas fundamentais para identificar risco de lesão muscular
- Carga física externa (PlayerLoad) e carga interna (frequência cardíaca, zona de esforço, variabilidade da FC)
- Mapeamento de deslocamento em campo com mapas de calor
- Impactos, quedas e microchoques, usados na prevenção de contusões
- Padrões de movimento graças ao uso conjunto de acelerômetros e giroscópios, permitindo identificar assimetrias e compensações motoras
Esses dados não ficam apenas no colete. Eles são enviados automaticamente para plataformas de análise usadas por departamentos de performance, ciência de dados, preparação física e departamentos médicos dos clubes. As equipes conseguem acompanhar tudo em dashboards em tempo real no campo, durante o treino, e fazer correções imediatas.
Como clubes brasileiros utilizam essa tecnologia
No futebol brasileiro, Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Athletico-PR, Grêmio e Atlético-MG, entre outros, são referências no uso desses sistemas. Eles monitoram diariamente:
- Minutagem controlada por cargas individuais
- Tendências de fadiga muscular
- Risco de lesões baseado em variações de carga
- Recuperação pós-jogo com indicadores fisiológicos
- Adaptação do atleta ao plano de treino semanal
Alguns clubes, como Palmeiras e Flamengo, já operam centros de análise integrados, onde fisiologistas, analistas de desempenho e preparadores físicos cruzam dados de GPS com exames de CK (marcadores de fadiga muscular), força isométrica e sono.
Na Europa, o uso é ainda mais avançado e obrigatório
Times como Manchester City, Liverpool, Barcelona, PSG, Bayern de Munique e Real Madrid utilizam essa tecnologia de forma tão sofisticada que cada treino é tratado como um experimento científico. Lá, os coletes são integrados a:
- Plataformas de IA para previsão de lesões
- Sistemas que cruzam dados de treino + carga emocional + qualidade do sono
- Câmeras ópticas de rastreamento 4K que complementam o GPS
- Modelos de machine learning para prevenção de overtraining
No Liverpool, por exemplo, cada jogador tem um “perfil fisiológico” que acompanha sua evolução ao longo da temporada. No Manchester City, a carga de treino já é ajustada em tempo real, individualmente, de acordo com a queda de performance do atleta durante o próprio treino.
Por que isso importa tanto?
Porque dados salvam temporadas.
- Reduz risco de lesões ao identificar sobrecargas antes que se tornem problemas
- Permite treinos personalizados, respeitando limitações fisiológicas
- Aumenta a longevidade do atleta, otimizando sua carga semanal
- Melhora a recuperação pós-jogo, ajustando protocolos individualizados
- Aumenta o rendimento coletivo, porque cada atleta chega ao jogo com energia equilibrada
- Ajuda o treinador a tomar decisões objetivas, baseadas em dados, e não apenas na percepção
Em alto nível, um atleta fora do padrão por 3 ou 4 dias pode perder um jogo importante. E perder um jogo decisivo pode comprometer um título. Por isso essa tecnologia se tornou essencial e irreversível no futebol moderno.
VAR, GLT e arbitragens inteligentes

A tecnologia não transformou só a preparação, mas também a arbitragem. O VAR já faz parte do futebol de elite e, apesar das polêmicas, transformou a forma como o jogo é arbitrado. O que muita gente não vê é que por trás daquela cabine existe um ecossistema complexo de engenharia de vídeo, algoritmos e sensores operando simultaneamente.
Como funciona tecnicamente o VAR?
O sistema é composto por:
- Entre 12 e 42 câmeras por estádio, dependendo da competição
- Câmeras 4K e super slow-motion (com captura de até 240 fps)
- Câmeras ultra-slow para lances de pisão ou toque na mão
- Câmeras táticas ângulo aberto, mostrando toda a linha de defesa
- Câmeras de linha de fundo (goal cameras)
- Microfones de campo sincronizados ao vídeo
Essas câmeras são geridas por uma central conhecida como VOR (Video Operation Room). Cada câmera é enviada em tempo real para operadores que trabalham simultaneamente no:
- Operador de Replay (RO – Replay Operator)
- Chefe de VAR
- Assistentes de VAR (AVAR1 e AVAR2)
- Comunicador ao árbitro de campo
Todo o sistema usa servidores de baixa latência que permitem que uma jogada seja revisada em segundos e enviada imediatamente ao árbitro.
Rastreamento Inteligente: a tecnologia por trás das linhas de impedimento
A oficina mais avançada do VAR está nas linhas semiautomáticas de impedimento. Tecnologia vista na Copa do Mundo, Champions League, Serie A italiana e em breve na La Liga. Essa tecnologia combina:
✔ 12 a 18 câmeras de rastreamento de movimento que capturam a posição do jogador 50 vezes por segundo.
✔ Mapeamento 3D completo do corpo do atleta o sistema gera até 29 pontos de articulação do jogador, incluindo:
- Ombros
- Joelhos
- Tórax
- Pés
- Cabeça
- Quadris
Isso elimina erros de “qual parte estava à frente”.
✔ IA que define automaticamente o frame exato do passe ao contrário do VAR manual, aqui não há tentativa humana de “parar no momento certo”. O sistema detecta o toque na bola usando:
- Alterações de pixel
- Vibração na imagem
- Mudança abrupta do vetor da bola
Depois disso, o software gera a linha virtual com precisão centimétrica e envia ao árbitro.
✔ Animação 3D para comunicação ao público na Champions League, a UEFA usa uma renderização 3D que replica a jogada em tempo real, mostrando a posição dos atletas no momento do passe.
Goal-Line Technology (GLT): a tecnologia que não falha
A GLT é outra camada crucial no futebol europeu. Ela utiliza:
✔ 7 câmeras por gol, todas apontadas exclusivamente para a linha. Elas capturam a bola com precisão milimétrica, mesmo em lances com:
- Múltiplos jogadores em cima da bola
- Chutes fortes
- Bloqueios de visão por pernas ou braços
✔ Rastreamento tridimensional da bola. A tecnologia calcula a posição exata da bola com base em:
- Triangulação de câmeras
- Comparação entre pixels
- Modelos 3D da esfera
✔ Alerta automático ao árbitro. Quando a bola cruza totalmente a linha, o árbitro recebe um vibração + alerta visual no relógio em menos de 0,5 segundo.
Onde é usada?
- Premier League
- Champions League
- Mundial de Clubes
- Copa do Mundo
Por que o Brasil ainda não usa?
O motivo é custos elevados. Só a instalação chega a R$ 2 a 4 milhões por estádio, com manutenção anual de R$ 500 mil a 1 milhão. Por isso, o Brasil usa apenas o VAR tradicional, mais barato, porém mais suscetível a erros de perspectiva em lances milimétricos.
O VAR no Brasil: o que temos e o que falta
No campeonato brasileiro:
- São usadas câmeras HD e 4K, mas em menor quantidade que Europa
- A linha de impedimento é manual, exigindo operadores para alinhar pé e ombro
- O tempo médio de revisão é maior pela menor automação
- A GLT ainda não é adotada
- A comunicação com o público ainda está em evolução, embora esteja se popularizando o áudio das decisões
Alguns estádios brasileiros estão começando a testar câmeras de maior frequência e sistemas híbridos, mas ainda longe do padrão Premier League.
Por que essa tecnologia é tão importante?
Porque ela:
- Reduz drasticamente erros claros
- Padroniza decisões em competições internacionais
- Evita injustiças em impedimentos milimétricos
- Aumenta a segurança jurídica dos resultados
- Ajuda árbitros a tomar decisões em lances que o olho humano nunca alcançaria
No fundo, o VAR não tira autoridade do árbitro, pelo contrário: ele amplia a capacidade humana com precisão tecnológica.
Análise de desempenho com software avançado

No futebol atual, a análise de desempenho deixou de ser um processo artesanal baseado em “olhar o jogo” e se transformou em um ambiente tecnológico de alta precisão, onde vídeos, dados e algoritmos trabalham juntos. Hoje, qualquer clube de elite no Brasil ou na Europa depende diretamente de plataformas como Hudl Sportscode, Wyscout, InStat, Scout7, Metrica Sports e módulos de análise física como o Instat Fitness & Tactical.
Esses sistemas funcionam como verdadeiros laboratórios digitais, permitindo que analistas convertam horas de treino e jogo em informações acionáveis para treinadores e atletas.
O que esses softwares fazem de fato?
1. Edição automática de vídeo em tempo real. Durante um treino coletivo ou jogo oficial, o analista conecta o software ao sinal da transmissão ou da câmera tática. A partir daí, o sistema permite:
- Cortar ações específicas com apenas um clique
- Criar playlists de lances de um atleta, setor ou comportamento tático
- Separar vídeo por fase de jogo (saída de bola, transição ofensiva, bloco médio, etc.)
- Gerar tags instantâneas para que o técnico veja no intervalo
O Sportscode, por exemplo, consegue transformar 90 minutos de jogo em mais de 400 eventos categorizados com precisão.
2. Mapeamento tático automatizado (padrões e comportamentos) Usando visão computacional, esses softwares detectam:
- Altura da linha defensiva
- Distâncias entre setores
- Movimento síncrono de pressão
- Padrões recorrentes de construção
- Áreas mais exploradas no campo
- Rotinas de bola parada (ataque e defesa)
Ferramentas como Metrica Sports permitem até reconstruir o lance em modelo 2D ou 3D, mostrando a movimentação de todos os jogadores simultaneamente. Isso ajuda treinadores a identificar desequilíbrios estruturais impossíveis de ver a olho nu.
3. Relatórios detalhados para atletas e comissão técnica. Os softwares geram relatórios automáticos que incluem:
- Vídeos por atleta com pontos positivos e negativos
- Análise de desempenho físico + tático integrada
- Mapas de calor individuais e coletivos
- Tendências comportamentais ao longo do jogo
- Relatórios impressos ou via app para celular
Times como o Corinthians e Flamengo entregam relatórios personalizados para jogadores após cada partida, permitindo que eles revisem lances diretamente no smartphone.
4. Análise cirúrgica de adversários. A leitura de adversário é hoje um processo científico:
- A plataforma fornece todos os jogos dos últimos meses
- O analista identifica rotinas ofensivas e defensivas
- Marca tendências como:
- “Erra saída pela esquerda”
- “Faz pressão após perda”
- “Ataca com amplitude fixa”
- Gera vídeo com cortes de:
- gols
- finalizações
- escanteios
- transições
- momentos de vulnerabilidade defensiva
O treinador recebe um relatório que orienta o plano de jogo com precisão milimétrica.
Quem usa no Brasil?
Clubes brasileiros como:
- Flamengo
- Corinthians
- Grêmio
- São Paulo
- Palmeiras
- Athletico-PR
- Santos
Esses softwares fazem parte do dia a dia do CT. Alguns clubes possuem salas de análise com vários monitores, onde partidas são decompostas em centenas de eventos estudados por equipes multidisciplinares.
O Flamengo, por exemplo, utiliza o Hudl Sportscode integrado ao GPS Catapult, cruzando vídeo + dados físicos para entender não apenas o que o atleta fez, mas em que condição fez.
Na Europa, a análise é ainda mais profunda
Times de ponta operam com estruturas comparáveis a “laboratórios de pesquisa”. Entre os destaques:
Liverpool: possui um dos departamentos de análise mais avançados do mundo. Eles utilizam:
- Wyscout + Sportscode + ferramentas proprietárias de IA
- Modelos preditivos que estimam risco de falha defensiva
- Sistema de “expected threat” (xT) para medir ações que geram perigo
Ajax: famoso por integrar categorias de base e profissionais usando o mesmo sistema de análise, garantindo que todos os jogadores entendam o modelo de jogo desde cedo.
Benfica: reconhecido por criar relatórios detalhados para scouting global, cruzando vídeo e estatísticas avançadas para monitorar atletas em 20 ligas diferentes.
Real Sociedad e Milan: trabalham com o Metrica Sports para modelagem tática e reconstrução em 3D, permitindo sessões de vídeo extremamente didáticas.
Por que essa tecnologia mudou o jogo?
Porque ela:
- Otimiza o treino com base em evidência e não percepções
- Ajuda atletas a entender rapidamente o que precisam corrigir
- Dá ao treinador uma visão clara do comportamento coletivo
- Reduz margem de erro ao planejar jogos decisivos
- Amplia a compreensão de padrões táticos que só aparecem depois de dezenas de horas de vídeo
- Facilita a evolução de jovens jogadores com feedback visual imediato
Em resumo: o software de análise é o cérebro operacional do futebol moderno..
Inteligência artificial e big data no futebol
Clubs como Manchester City, Barcelona, Bayern e Liverpool já utilizam IA para:
- Prever desempenho futuro
- Analisar risco de lesão
- Simular cenários táticos
- Reforçar tomada de decisão de treinadores
- Descobrir talentos através de algoritmos de scouting
No Brasil, o Palmeiras é hoje o maior exemplo de integração de dados com IA no departamento de futebol, incluindo tomadas de decisão para categorias de base.
Ferramentas populares:
- SkillCorner (IA para rastreamento automático)
- Beyond Pulse
- Kognia Tactical Intelligence
- IBM Watson (já usado em análises de Copa do Mundo)
Plataformas de scouting e recrutamento

O recrutamento de jogadores passou por uma revolução silenciosa. Se antes a intuição, o “feeling” do olheiro e meia dúzia de DVDs guiavam decisões milionárias, hoje a contratação em alto nível é científica, baseada em dados, probabilidades e modelos preditivos. Plataformas como Wyscout, InStat Scout, Smarterscout e TransferRoom são a espinha dorsal dessa transformação.
Esses sistemas fornecem bancos de dados gigantescos com informações de mais de 300 mil jogadores, cobrindo desde grandes ligas europeias até torneios regionais sub-20 na África, Ásia ou América do Sul.
Para clubes que trabalham de forma profissional, a busca por talentos deixou de ser aleatória: é engenharia de dados aplicada ao futebol.
O que essas plataformas entregam, na prática?
1. Perfil físico detalhado
A plataforma fornece métricas precisas sobre:
- Velocidade máxima e aceleração (em alguns casos integrados ao GPS)
- Resistência e intensidade média por jogo
- Volume de sprints por partida
- Índice de presença (jogos, minutos, histórico de lesão)
- Distribuição de carga ao longo da temporada
Times como Red Bull Bragantino e Benfica levam esses dados tão a sério que utilizam perfis físicos como filtro inicial para descartar atletas incompatíveis com o modelo de jogo.
2. Perfil técnico completo com dados comparativos
Esse módulo mostra:
- Acerto de passes por setor
- Passes progressivos e passes de ruptura
- Domínio orientado
- Eficiência defensiva (pressão, desarmes, interceptações)
- Finalizações xG (expected goals)
- Participação efetiva por posse de bola
O Smarterscout, por exemplo, classifica jogadores de 0 a 99 em categorias como:
- “Receiving in the box”
- “Ball retention”
- “Disrupting opposition moves”
- “Attacking output”
Isso permite comparar um lateral brasileiro da Série B com um lateral dinamarquês da Superliga, algo impossível há alguns anos.
3. Indicadores táticos e leitura profunda do estilo de jogo
Aqui, o foco é entender como o atleta joga, não apenas o que ele faz.
As plataformas mostram:
- Heatmaps detalhados (área de atuação por minuto)
- Padrões de movimentação
- Ações por fase de jogo
- Envolvimento em construção, criação ou finalização
- Contribuição em transições ofensivas e defensivas
- Ajuste ao modelo desejado (posicional, reativo, pressão alta, jogo apoiado etc.)
O Wyscout, por exemplo, possui filtros como:
- “Atacante que pressiona intensamente”
- “Volante com alto volume de passes verticais”
- “Zagueiro que constrói por dentro”
Isso acelera decisões com base no que o treinador precisa.
4. Estatísticas de performance e análise objetiva
As plataformas integram estatísticas avançadas como:
- xG (expected goals)
- xA (expected assists)
- xT (expected threat)
- xDef (expected defensive value)
- PPDA (pressões por ação defensiva)
- Passes chave por 90 minutos
- Efetividade em duelos aéreos e terrestres
- Produção por minuto jogado
Esses indicadores revelam jogadores subvalorizados e atletas com potencial escondido em ligas menores.
5. Conhecimento geográfico, o mapa invisível do talento global
O scouting digital permite explorar mercados menos óbvios:
- Segunda divisão de Portugal
- Ligas nórdicas (Finlândia, Noruega, Suécia)
- Ligas da África do Norte
- Campeonatos universitários americanos
- Séries regionais brasileiras
- Ligas do Leste Europeu
- Futebol asiático emergente (Japão, Coreia, Uzbequistão)
Essa busca amplia o leque e reduz custos, pois revela talentos antes da concorrência.
TransferRoom: o “LinkedIn dos jogadores”
O TransferRoom funciona como um marketplace onde clubes conversam diretamente entre si, publicando:
- “Jogadores disponíveis”
- “Jogadores buscados”
- Valores desejados
- Situação contratual
- Interesse imediato de compra, empréstimo ou venda
Clubes como Sevilla, Benfica e Porto utilizam essa plataforma para encurtar negociações que antes levariam semanas, pois elimina intermediários e dá agilidade.
Quem domina tecnologia de scouting hoje?
Benfica (Portugal) talvez o maior case global: vende jogadores por valores históricos usando scouting digital + ciência de dados. O clube combina Wyscout, InStat, Smarterscout e modelos proprietários de IA.
Porto (Portugal) explora mercados alternativos com precisão, encontrando talentos na América do Sul, Europa Leste e África.
Sevilla (Espanha) famoso pelo “scouting cirúrgico” e contratações baratas que se valorizam.
Red Bull Bragantino (Brasil) opera com filosofia europeia: banco de dados próprio, métricas internas e integração total com RB Salzburg e RB Leipzig.
Palmeiras (Brasil) tem um dos departamentos de análise e scouting mais completos do país, usando plataformas integradas com categorias de base.
Por que isso tudo importa?
Porque a tecnologia:
- Reduz erros em contratações caras
- Identifica talentos desconhecidos antes dos concorrentes
- Aumenta a precisão nas análises técnicas e táticas
- Deixa o processo menos emocional e mais racional
- Conecta clubes globalmente
- Potencializa categorias de base
- Diminui riscos financeiros em um mercado imprevisível
O scout digital tornou o futebol mais estratégico, preciso e globalizado.
Sistemas de gestão interna e comunicação tática
Treinadores de elite utilizam ferramentas de comunicação que unificam:
- Vídeos
- Planos táticos
- Diagramas de jogadas
- Relatórios de performance
- Agenda individual dos atletas
Exemplos:
- Coach Paint
- TacticalPad (desenvolvido no Brasil e usado mundialmente)
- VeO e Pixellot (câmeras autônomas com IA)
Câmeras de rastreamento 4K e IA nos centros de treinamento
Os clubes mais modernos têm sistemas que gravam automaticamente treinos e jogos sem precisar de cinegrafistas. Times como:
- Real Madrid (Valdebebas)
- Manchester City (Etihad Campus)
- PSG
- Chelsea Cobham
- Red Bull Bragantino e Athletico-PR (CT do Caju)
utilizam câmeras inteligentes que:
- Rastreiam jogadores automaticamente
- Acompanham a bola
- Fornecem mapas de calor
- Criam relatórios automáticos pós-treino
Recuperação Física: Crio, Termo, Laser e Reabilitação 4.0
A recuperação é um dos pilares mais valorizados. Tecnologias mais usadas:
- Câmaras de crioterapia (-140°C)
- Termoterapia e hidroterapia inteligente
- Laser de alta performance
- Plataformas vibratórias
- Recovery boots (NormaTec)
- Ultrassom avançado e eletroterapia direcionada
Times como Flamengo, Corinthians e Palmeiras investem pesado nesses recursos.
Na Europa, isso já é padrão especialmente em Bayern, Arsenal, Milan e PSG.
Nutrição orientada por dados e metabolismo digital
Com ferramentas como:
- FCM – FoodCoaching Manager
- Nutricional Sports Analytics
- Smart Labs (testes de metabolômica)
Os clubes conseguem:
- Personalizar dietas
- Medir inflamação
- Acompanhar composição corporal
- Ajustar suplementação para performance máxima
Clubes referência: Liverpool, Atlético de Madrid, Palmeiras e Athletico-PR.
Realidade virtual e realidade aumentada para treino cognitivo

Treinar a mente virou tão importante quanto treinar o físico. Ferramentas de VR como Rezzil, Sense Arena e NeuroTracker permitem que atletas:
- Tomem decisões em ambientes simulados
- Treinem visão periférica
- Aumentem velocidade de reação
- Corrijam posicionamento
Clubes como Manchester United, Manchester City, PSG e Ajax já usam VR na base e no profissional.
O Futebol entrou na era dos dados, e não há volta
Se antes o futebol dependia quase exclusivamente da intuição, hoje ele é uma ciência de precisão. Os clubes que entenderam isso estão dominando: do Flamengo ao Palmeiras, do Bayern ao Manchester City.
Treinadores, preparadores físicos e analistas que dominam essas tecnologias ganham vantagem na formação, na recuperação, na performance e na tomada de decisão.
A tecnologia não substitui o talento, mas potencializa o que cada atleta tem de melhor e protege o que há de mais valioso no futebol: o ser humano por trás do jogador.
A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.
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