O uso de inteligência artificial (IA) nas indústrias brasileiras teve um avanço expressivo entre 2022 e 2025: a proporção de empresas industriais que já fazem uso dessa tecnologia saltou de 16,9% para 41,9%, uma alta de 163% no período.
Essa tendência foi registrada na Pesquisa de Inovação Semestral (PINTEC Semestral), conduzida pelo IBGE em parceria com instituições acadêmicas e de fomento à inovação, que investiga a adoção de tecnologias digitais por empresas industriais no país.
Onde a IA mais tem sido aplicada nas empresas
Segundo os dados levantados, as três áreas mais associadas ao uso de IA pelas empresas industriais são:
- Administração e TI, com 87,9% das empresas que utilizam IA aplicando-a nessas áreas.
- Comercialização, presente em 75,2%.
- Desenvolvimento de produtos, processos e serviços, adotada por 73,1%.
Embora a IA ainda não seja a tecnologia digital mais disseminada entre as empresas, foi a que registrou maior crescimento de participação, passando a integrar o portfólio tecnológico de 41,9% das indústrias em 2024 e 2025.
As grandes empresas, especialmente aquelas com mais de 500 funcionários, estão puxando a fila quando o assunto é adoção de tecnologias digitais. A computação em nuvem segue no topo, usada por 77,2% das indústrias. Na sequência, vêm a Internet das Coisas (50,3%), a robótica (30,5%), a análise de big data (27,8%) e a manufatura aditiva (20,3%).
O cenário mostra como a digitalização deixou de ser tendência para se tornar realidade no dia a dia das indústrias brasileiras.
Benefícios percebidos e desafios nas práticas digitais
Entre as vantagens apontadas pelas empresas que adotam tecnologias digitais avançadas, destacam-se:
- Ganho de eficiência nos processos, citado por 90,3%.
- Maior flexibilidade nos processos administrativos, operacionais e organizacionais, reconhecida por 89,5%.
Além disso, 85,7% das indústrias implementaram algum tipo de medida de segurança digital, sendo o uso de antivírus uma das práticas mais comuns.
Ainda assim, obstáculos persistem: investimentos em infraestrutura, custos elevados de implementação e limitações de capacitação técnica continuam sendo desafios estruturais na digitalização industrial no Brasil.
Outro dado relevante mostra que a modalidade de teletrabalho foi adotada por 42,9% das empresas com 100 ou mais empregados, número ligeiramente menor que em 2022, quando 47,8% já ofereciam trabalho remoto.
O futuro do trabalho na indústria
O avanço expressivo no uso de IA na indústria brasileira aponta para uma transformação já em curso. Funções administrativas, de marketing, planejamento e pesquisa tendem a incorporar cada vez mais apoio digital e automação inteligente.
No entanto, esse crescimento também suscita debates importantes:
- Requalificação profissional: trabalhadores precisarão ajustar competências para lidar com ambientes híbridos, em que tarefas humanas são complementadas por sistemas automatizados.
- Equilíbrio entre automação e emprego humano: existe o risco de que funções rotineiras sejam delegadas a algoritmos, o que exige políticas públicas para mitigar o desemprego tecnológico.
- Ética e transparência algorítmica: é essencial que o desenvolvimento e a aplicação de soluções de IA sejam guiados por princípios de responsabilidade, para evitar vieses, discriminação ou decisões automatizadas opacas.
A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.
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