
Nos últimos dias, um tema delicado e urgente tomou conta das redes sociais e chegou às pautas do Congresso Nacional: a “adultização” de crianças e adolescentes na internet. A expressão, que já circulava entre especialistas em educação e comportamento digital, ganhou força após um vídeo envolvendo o influenciador Felca viralizar e levantar uma série de debates sobre os limites entre liberdade de expressão, entretenimento e proteção de menores.
O que é adultização?
A adultização é quando crianças ou adolescentes são expostos de forma direta ou indireta a comportamentos, responsabilidades, imagens, roupas, linguagem ou contextos típicos de adultos, antes de terem maturidade física, emocional ou psicológica para lidar com isso.
Ela pode acontecer de várias formas, como:
- Na internet: participação em vídeos, fotos ou conteúdos com conotação sexual, insinuações, humor de cunho adulto ou pressão estética incompatível com a idade.
- Na vida offline: quando um menor é tratado ou incentivado a se comportar como adulto em questões de aparência, relacionamentos ou responsabilidades.
- Na publicidade e mídia: campanhas que sexualizam crianças ou usam estereótipos adultos para atrair atenção.
O problema é que a adultização pode gerar impactos sérios no desenvolvimento emocional, psicológico e social, como baixa autoestima, distorção de autoimagem, ansiedade e vulnerabilidade a abusos.
O caso que acendeu o alerta
No início de agosto, Felca publicou nas redes sociais um vídeo com tom humorístico, mas que incluía a participação de uma adolescente em um contexto considerado por muitos como inadequado para a idade. Embora não houvesse nudez ou conteúdo sexual explícito, especialistas e internautas apontaram que o enquadramento e a narrativa induziam a uma conotação adulta, expondo a menor a interpretações e comentários maliciosos.
A repercussão foi imediata: milhares de comentários nas redes, debates em programas de TV e até manifestações de órgãos de proteção à infância. O Conselho Tutelar e o Ministério Público foram acionados para avaliar a situação, e o próprio influenciador se pronunciou, dizendo que não teve a intenção de causar constrangimento e que o material foi removido.
Ainda assim, o episódio se tornou um exemplo concreto de como situações aparentemente “inofensivas” podem gerar consequências graves para menores no ambiente digital.

O que está acontecendo?
Diante da polêmica, o Governo Federal e o Congresso brasileiro decidiram agir. A proposta em discussão busca criminalizar a exposição inadequada de menores online, estabelecendo punições para quem expuser crianças e adolescentes a situações que possam comprometer sua saúde emocional, psicológica ou física.
Não basta só punir, precisamos educar. Famílias, escolas e plataformas devem trabalhar juntas para criar um ambiente online mais saudável para nossos jovens.
A internet é um espaço incrível para aprender, criar e se conectar. Mas, sem regras claras, pode se tornar um território perigoso, especialmente para quem ainda está em fase de desenvolvimento.
O que muda com a nova lei?
Ainda em fase de debate, o texto preliminar prevê:
- Criminalização de práticas que explorem ou incentivem comportamentos adultos em menores de idade de forma inadequada.
- Responsabilização de criadores de conteúdo, plataformas e responsáveis legais por violações.
- Campanhas educativas para conscientizar famílias e jovens sobre o uso seguro da internet.
Mais do que punição: educação digital
Especialistas defendem que a legislação é um passo necessário, mas não único. “Não basta só punir, precisamos educar. Famílias, escolas e plataformas devem trabalhar juntas para criar um ambiente online mais saudável para nossos jovens”, afirmam psicólogos e educadores.
O recado é claro! A mensagem que essa iniciativa passa é direta: crianças e adolescentes têm direito a uma infância protegida, dentro e fora do mundo digital. E cabe a todos, governos, empresas, influenciadores, pais e sociedade, garantir que isso seja respeitado.
A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.
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