Relatório revela aumento de ciberataques na América Latina

Produzido por equipes especializadas em inteligência e investigação de ameaças, o relatório monitora adversários e identifica novas ameaças em tempo real, permitindo respostas proativas antes que os ataques evoluam.

O Relatório de Ameaças 2025 da CrowdStrike apresenta uma análise abrangente sobre o cenário de cibersegurança na América Latina, incluindo América Central, do Sul, Caribe e México. O estudo destaca o aumento das intrusões direcionadas, crimes cibernéticos e ações hacktivistas, oferecendo inteligência estratégica para empresas e governos da região.

Entre as principais tendências observadas, estão:

  • Macrotendências: fortalecimento das infraestruturas nacionais de cibersegurança e maior cooperação internacional.
  • Microtendências: debates sobre a inclusão de empresas chinesas em projetos de tecnologia governamental, uso e regulação da inteligência artificial e investigações sobre o uso político de spyware.

A região segue como alvo crescente de grupos de e-crime, com seis principais adversários identificados (OCULAR, BLIND, ODYSSEY, PLUMP, SAMBA e SQUAB SPIDER) apoiados por redes como o ROBOT SPIDER, especializado em ferramentas de ocultação de ataques (CryptersAndTools). Esses grupos vêm inovando nas técnicas e linguagens de programação, como Rust, para escapar de detecções.

Embora os ataques ligados a China, Colômbia, Coreia do Norte e Rússia representem uma fração menor das ameaças, suas ações refletem interesses geopolíticos e estratégicos, alinhados aos objetivos nacionais desses países.


O submundo digital latino-americano

O estudo mostra que o ecossistema de cibercrime na América Latina amadureceu e muito. A região abriga pelo menos seis grupos ativos conhecidos como Spiders, todos monitorados pela CrowdStrike: OCULAR, BLIND, ODYSSEY, PLUMP, SAMBA e SQUAB SPIDER.

Esses grupos operam ransomware como serviço (RaaS), vendem crypters e acessos a redes corporativas, e até oferecem cursos pagos para criminosos iniciantes. No Brasil, por exemplo, o grupo ROBOT SPIDER mantém o serviço CryptersAndTools, que comercializa ferramentas para ocultar malwares e é amplamente utilizado em campanhas de phishing e invasões financeiras.

Em 2024, o valor médio de venda de acessos ilegais caiu de US$ 3.385 para US$ 1.355, impulsionado pela entrada de novos intermediários, os chamados access brokers. O número de anúncios de redes comprometidas subiu 37% no período, evidenciando o crescimento da economia subterrânea digital latino-americana.


Espionagem de Estado e tensões geopolíticas

Embora os crimes financeiros ainda sejam maioria, o relatório aponta o avanço de operações estatais de espionagem. A China, segundo a CrowdStrike, manteve a maior presença de ciberataques patrocinados por governo, com campanhas atribuídas aos grupos AQUATIC PANDA, LIMINAL PANDA e VIXEN PANDA, voltadas principalmente para telecomunicações, energia e órgãos públicos da América do Sul.

A Coreia do Norte também realizou incursões pontuais, principalmente para obter recursos financeiros por meio de fraudes e criptomoedas, enquanto Rússia e Irã mantiveram atuação discreta.


Hacktivismo e guerras digitais

Outro movimento em alta é o hacktivismo político, geralmente motivado por crises geopolíticas ou denúncias de corrupção. A eleição na Venezuela e os protestos em Cuba em 2024 impulsionaram ondas de ataques DDoS, vazamentos de dados e campanhas ideológicas contra governos locais.

Grupos como GhostSec, CiberInteligencia El Salvador e LulzSec Muslims lideraram ações contra regimes autoritários ou países vistos como apoiadores de Israel, enquanto o lendário Guacamaya, que ganhou fama em 2022 ao expor segredos de mineradoras e governos, serviu de inspiração para novas células hacktivistas regionais.


Brasil: epicentro do cibercrime latino

O Brasil aparece como principal polo de atividade hacker na região, tanto como alvo quanto origem de ataques. Além dos casos de ransomware, o país enfrentou campanhas de espionagem política, denúncias de uso de spyware e disseminação de deepfakes em contextos eleitorais.

Grupos como o PLUMP SPIDER e o SAMBA SPIDER foram identificados realizando ataques de vishing (phishing por voz) e distribuição do trojan bancário Mispadu, ativo desde 2019 e ainda em evolução.

A vulnerabilidade em ferramentas nacionais, como a plataforma Qualitor ITSM, também expôs falhas de segurança em soluções de gestão corporativa brasileiras, exploradas por cibercriminosos em setembro de 2024.


IA, desinformação e espionagem doméstica

O relatório aponta uma preocupação crescente: o uso da inteligência artificial em ataques e campanhas de desinformação. Países como Costa Rica, Belize e Brasil registraram casos de deepfakes com figuras públicas e vídeos falsos usados em golpes e manipulações políticas.

Além disso, houve aumento de investigações sobre espionagem doméstica, como o caso da ABIN paralela no Brasil e denúncias do uso do spyware Pegasus na Colômbia.


O que vem pela frente

A CrowdStrike alerta que a tendência de crescimento continuará em 2025, com destaque para o aumento de ataques voltados à nuvem, identidades corporativas e infraestrutura crítica. A empresa recomenda que organizações fortaleçam políticas de autenticação multifatorial, modernizem seus sistemas de detecção e resposta (XDR e SIEM) e adotem modelos proativos de inteligência de ameaças.

Estar preparado pode ser a diferença entre conter um ataque em minutos ou sofrer uma catástrofe digital.


A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.

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Jackson Galvani

Empresário no mercado de tecnologia, foi eleito um dos melhores Gerentes de TI do Brasil, é Coordenador da ExpoTI, Palestrante e Presidente do HDI-Brasil no ES. www.jacksongalvani.com.br

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