
O Espírito Santo atingiu grande volume de chuvas e tempestades na noite desta quarta-feira (03), após influência de um fenômeno que aconteceu na região Sul do país e ocasionou temporais em várias regiões e cidades.
De acordo com o Climatempo, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é caracterizada por uma larga e prolongada zona de convergência de umidade sobre o Brasil, que gera grandes áreas de chuva sobre parte do país, por vários dias consecutivos.
A ZCAS é responsável por um período prolongado de chuva frequente e volumosa sobre parte das Regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e até em parte do Nordeste. A influência sobre estados da Região Sul é pouco usual, mas pode ocorrer.
Em muitas áreas atingidas, as tempestades podem representar grande parte da chuva do trimestre mais chuvoso do ano. Quando o fenômeno se forma, uma extensa faixa de nuvens carregadas sobrevoam sobre o território nacional por vários dias seguidos.
Além da ZCAS, a frente fria também mantêm o tempo instável em grande parte da região, com pancadas moderadas a fortes e risco de temporais no centro-norte de Minas Gerais e no Espírito Santo. Há situação de perigo devido ao volume elevado de chuva ao longo do dia.
Como se forma a ZCAS?
Conforme dados do Climatempo, a Zona de Convergência resulta da interação da circulação de ventos de vários sistemas meteorológicos atuando ao mesmo tempo, como:
- frente fria semi-estacionária na costa do Sudeste;
- Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) no Nordeste, sistema de baixa pressão atmosférica (circulação ciclônica, horária) que se forma em torno de 10 km de altitude;
- a Alta da Bolívia, grande sistema de alta pressão atmosférica (circulação anticiclônica, anti-horária) que se estabelece em torno de 10 km de altitude.
O portal sobre clima também destaca que as áreas de instabilidade devem continuar por um período de no mínimo quatro dias. Portanto, a previsão de chuva é até domingo (07).

Instabilidade da ZCAS
A Zona de Convergência do Atlântico Sul é uma conexão entre frentes frias no oceano e extensas áreas de instabilidade sobre o interior do Brasil, porém os locais com chuvas mais volumosas podem alterar de um ano para outro e a atuação de instabilidade pode variar sobre o país, ou seja, não ocorre na mesma região.
El Niño e La Niña interferem na ZCAS
Os fenômenos do El Niño e La Niña interferem na formação da ZCAS. As mudanças na circulação dos ventos em diversos níveis da atmosfera causadas pelo aquecimento (El Niño) ou pelo resfriamento (La Niña) anormal das águas da porção central e leste do Pacífico Equatorial (Costa do Peru), aumentam ou diminuem as chances da Zona de Convergência no Brasil.
O Climatempo destaca que o aquecimento geralmente dificulta, porém não impede, a formação do fenômeno. O resfriamento, por outro lado, atua em favor da organização da ZCAS, facilitando a formação de corredores de umidade entre o Norte e o Sudeste do Brasil.
Quando não há influência do El Niño e La Niña, também pode haver formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul.
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos, com informações do Climatempo